Aveiro: Salmoura tem “potencial imunoestimuladora”

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Marinha de Santiago da Fonte, Aveiro.
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Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) detetaram na salmoura “compostos que beneficiam o sistema imunitário”.

A utilização de água das salinas, nomeadamente pela indústria alimentar e farmacêutica, “pode dar um importante impulso à sobrevivência das salinas nacionais”.

Cláudia Nunes, investigadora do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, citada numa nota de imprensa da UA, adianta que, para além dos sais, a salmoura “é rica em outros compostos, nomeadamente fibras, que têm potencial atividade imunoestimuladora.”

Este é um dos resultados do trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos em colaboração com Manuel Coimbra, investigador do Laboratório Associado para a Química Verde/Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares, também da UA.

Os compostos podem ser usados em diferentes produtos alimentares, como ingredientes ou como suplementos alimentares, “potenciando a nossa resposta imune” que indústria farmacêutica também poderá aproveitar, explicou a coordenadora do trabalho que utilizou salmoura da Marinha de Santiago da Fonte, propriedade da UA.

Facilmente extraídos da salmoura – a água saturada de sal da qual, por evaporação, surgem os cristais de cloreto de sódio – os compostos podem ser retirados por uma simples filtração e evaporação da água.

A comercialização de compostos imunoestimuladores poderia ser também “uma forma de ajudar a reativação da atividade de produção de sal através de um outro produto, a água da salmoura, que podia ser rentabilizado”.

Os investigadores estão a preparar a candidatura a um projeto com uma empresa portuguesa produtora de sal para o desenvolvimento de novos produtos com base nestes compostos.

Envolvidos na investigação, para além de Cláudia Nunes e de Manuel Coimbra, estiveram os estudantes do mestrado em Bioquímica Ana Rocha, Pedro Quitério e Sónia Ferreira. O trabalho contou ainda com a colaboração dos investigadores Manuel Vilanova e Alexandra Correia da Unidade de Investigação i3S do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

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