Podemos seguir em frente, atravessando a ‘ponte do laço’, sobre o canal de acesso à Praça do Peixe, ou podemos optar por virar à direita e avançar pelo Cais dos Mercantéis até a edifício da Praça do Peixe (Mercado José Estevão), o melhor exemplar da arquitetura do ferro, dos inícios do século XX, existente em Aveiro.
Por Cardoso Ferreira *
O passeio de hoje estende-se pelas duas margens do Canal de S. Roque, entre as pontes rodoviárias de S. João (a oeste) e a semicircular (a nascente). É um roteiro em formato circular, pelo que pode ter início em qualquer ponto do itinerário, ainda que tenhamos optado por começar junto da ponte de S. João, no Cais das Falcoeiras.
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Ao longo de praticamente todo o canal, junto à margem que ladeia o cais, existem extensos trapiches para ancoragem de embarcações de recreio e da pesca artesanal, o que dá cor e vida ao canal, tal como acontece com os barcos moliceiros (e também alguns salineiros e mercantéis) que frequentemente por aí navegam transportando turistas. Na primeira parte do trajeto, seguimos pela calçada com os tradicionais desenhos a branco-e-preto, por entre o casario do típico bairro da Beira-mar e o canal, onde ainda persistem velhos armazéns, alguns dos quais agora readaptados a unidades de restauração, com as respetivas esplanadas de apoio. Já muito próximo da ponte circular pedonal, também conhecida por ‘ponte do laço’, passamos frente a um edifício cuja fachada está decorada com temas náuticos.
O último armazenista de sal
João Calisto herdou do pai o armazém de venda de sal no canal de S. Roque, “o último” em atividade em Aveiro. Clique abaixo para ouvir a reportagem de Júlio Almeida realizada em 2019.
Praça do Peixe e capela de S. Gonçalinho
Poucos metros volvidos, podemos seguir em frente, atravessando a referida ponte do laço sobre o canal de acesso à Praça do Peixe, ou podemos optar por virar à direita e avançar pelo Cais dos Mercantéis até a edifício da Praça do Peixe (Mercado José Estevão), o melhor exemplar da arquitetura do ferro, dos inícios do século XX, existente em Aveiro. O regresso à ponte faz-se pelo Cais dos Botirões, na outra margem do canal, podendo-se fazer um pequeno desvio até à vizinha capela de S. Gonçalinho, padroeiro da zona aveirense da Beira-mar. Nestes dois cais há grande quantidade de esplanadas, bares e restaurantes, enquanto no canal estão ancoradas inúmeras embarcações usadas na pesca artesanal, muitas delas com os respetivos apetrechos.
A partir da ponte circular, o itinerário prossegue pelo Cais dos Remadores Olímpicos (antigo Cais de S. Roque), cais de onde desapareceram os velhos carris da linha ferroviária que ligava este cais à estação, usada essencialmente para o transporte de sal.
Pouco depois, passamos defronte do teatro do CETA (Círculo Experimental de Teatro de Aveiro), uma referência da arte de bem representar, já com cerca de meio século de vida.
Canal de São Roque (vídeo drone de Miguel Cordovil)
Ponte de Carcavelos – o ex-libris do Canal de S. Roque
Aproximamo-nos a passos largos da velha Ponte de Carcavelos sobre o canal, um ex-libris do típico Bairro da Beira-mar. Cada lado exterior da ponte, formada por um só arco, é encimado pelo brasão com as armas de Aveiro, o que lhe dá nobreza e graciosidade. Devido à acentuada curvatura do arco, parte do estreito piso da ponte é formado por degraus.
Logo a seguir à ponte, na margem oposta, avistamos uma comporta que permite a passagem das águas do Canal de S. Roque para um esteiro que conduz para as marinhas de sal. Junto, fica uma rampa de acesso de embarcações ao canal. Mais ao longe, ergue-se a ponte pedonal sobre a autoestrada A25.
Do nosso lado direito, começam a aparecer alguns edifícios que imitam os antigos “palheiros” (casas construídas em madeira, com tábuas sobrepostas), um dos quais acolhe um estabelecimento de restauração e, um outro conjunto, um pouco mais adiante, é hoje o lar do Centro Comunitário da Vera Cruz (CCVC). Pelo meio, ainda restam as paredes exterior de um “palheiro” original, e também as instalações da Oficina de Música de Aveiro.
Antes de cruzarmos o canal pela ponte rodoviária em semicírculo, podemos seguir até ao final dos edifícios do CCVC, para apreciarmos, do lado direito, a capela de Nossa Senhora das Febres, com um interessante painel de azulejos de homenagem a S. Roque.
Pela margem norte do Canal de S. Roque
Depois de atravessarmos a ponte, o trajeto segue pela margem norte do Canal de S. Roque, entre este e a A25, onde existem extensas áreas de estacionamento automóvel. Ainda há poucos anos as salinas estendiam-se até esta margem do canal, local onde ficava a zona dos “Moles”. Agora, as marinhas de sal situam-se para além da faixa de terreno ocupada pela A25 e pela linha ferroviária de acesso ao porto comercial.
No final da descida da ponte encontramos, à esquerda, uma área com equipamentos para a prática de manutenção física e, logo de seguida, a rampa de acesso às águas do canal.
Um pouco mais adiante, do lado direito, desviamos o trajeto para a ponte pedonal sobre a A25, que subimos para apreciarmos a paisagem que se avista lá do alto, principalmente sobre o salgado aveirense.
Novamente junto à margem do canal, seguimos pelo largo passeio, com árvores e bancos, até junto da Ponte de S. João, passando ao lado das pontes de Carcavelos e do Laço.
Já no final do percurso, próximo do parque de estacionamento automóvel sob os viadutos da A25 e da linha de comboio, encontramos um parque infantil e instalações sanitárias.
Para regressarmos ao local de partida, atravessamos a Ponte de S. João sobre o Canal de S. Roque, onde este entronca no Canal Central, e seguimos em direção ao Rossio. Após a descida da ponte, viramos à esquerda e regressamos ao local de partida.
* https://www.facebook.com/manuel.cardosoferreira.5
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