Aveiro: Ribau Esteves nega perseguição à ASPEA, assumindo desconforto com posições ‘anti-Câmara’

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Executivo camarário de Aveiro.

O presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) marcou presença na última reunião pública camarária de Aveiro para pedir, de viva voz, que seja facultada a consulta do “processo” de candidatura aos mais recentes apoios municipais destinados ao movimento associativo.

Numa primeira reação à exclusão da lista das associações contempladas, através de comunicado, a associação, que tem uma delegação local, questionou os critérios da atribuição das ajudas financeiras, garantindo que é elegível.

“Ficámos surpreendidos e reagimos. Não nos é dada a possibilidade de conhecer este processo”, insistiu Joaquim Ramos Pinto ao intervir na reunião pública, informando que as atividades de educação ambiental desenvolvidas com escolas no concelho “ficam em parte prejudicadas” pela ausência de respostas da autarquia.

“Não temos qualquer conflito dos corpos sociais com a autarquia, não podemos aceitar algumas das palavras que colocam em causa o nosso bom nome”, disse, considerando a reação do presidente da Câmara ao comunicado “desajustada, ameaçadora e sem fundamento”.

Ribau Esteves, em resposta, começou por considerar não adequado o pedido de esclarecimentos em sessão pública. “Este espaço não é para as associações ou as empresas, é para os cidadãos. A Câmara não se relaciona desta maneira com as associações, a relação é feita em outro fórum”, disse, criticando o presidente da ASPEA por se “precipitar pela segunda vez” depois de um comunicado “inacreditável”.

“Procuraremos restabelecer uma relação normal com a ASPEA, que nunca teve nestes nossos seis anos qualquer financiamento, não depende da Câmara, houve outro tipo de cooperação, logística, estava no edifício Távora e aí é que há questões”, acrescentou o edil.

“A Câmara tem uma dúzia de processos de apoios associativos, por motivos objetivos, sem decisão ainda, não há aqui nenhuma perseguição à ASPEA”, reafirmou Ribau Esteves que está aberto a reunir com a associação antes do despacho final da candidatura.

“Deixem lá a luta partidária”

“Uma parte do problema é que a ASPEA não é do concelho de Aveiro, tem delegação e trabalho cá, mas há aqui outras dimensões”, explicou o presidente da Câmara sem entrar em pormenores.

Ribau Esteves assumiu apenas desconforto por críticas à sua gestão vindas de pessoas da associação: “Não é nenhuma declaração ameaçadora – sei que há alguns espíritos na direção da ASPEA mais ligados à atividade partidária anti-Câmara, que se amedrontam com certas pressões -, mas não meto medo a ninguém, deixem lá a luta partidária que não tem nada a ver com a ASPEA. Agora a questão é respeitabilidade mútua e sabemos que ninguém está obrigado a nada. Espero não ser preciso uma nota escrita a explicar tudo sobre a relação da ASPEA com a Câmara, se for preciso farei isso”, concluiu.

Árvores abatidas no largo da Senhora da Apresentação são ser repostas

David Iguaz, um dos rostos do Movimento Juntos pelo Rossio – Associação Cívica, deu conta da existência de queixas formais pelo corte árvores ocorrido no largo da Igreja da Nossa Senhora da Apresentação, na paróquia da Vera Cruz.

O munícipe esteve presente na última reunião pública do executivo camarário para pedir esclarecimentos, nomeadamente saber “se houve licença” para o abate dos dois exemplares contíguos ao passeio junto de um novo prédio em construção e qual a resposta dada às reclamações.

David Iguaz solicitou também o relatório fitossanitário, estranhando o corte de “árvores de uso público por particulares”.

Na resposta, o presidente da Câmara adiantou que neste caso não estava em causa a segurança, uma vez que eram árvores de “pequeno porte”, mas necessidades decorrentes da construção do novo edifício, pelo que foi atendido o pedido do privado.

Segundo Ribau Esteves, no âmbito de um pacote de obras de requalificação previstas para toda a Beira Mar, o largo continuará a ter “uma pequena bolsa de estacionamento” e os exemplares abatidos serão repostos por outros. A estratégia para aquela zona da cidade é “preservar o que é possível e bom”, sendo que a autarquia “tem plantado muito mais árvores” do que as são cortadas.

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