Uma “crise política muito grave”. Foi assim que o presidente da Câmara de Aveiro classificou os acontecimentos que conduziram à demissão do Primeiro-Ministro, António Costa.
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Ribau Esteves falava, esta quinta-feira, no período antes da ordem do dia da reunião de Câmara.
“Obviamente não é o tempo nem o espaço para estarmos com análises políticas nem comentário político, isso será feito em outros espaços. Além do mais, para olhar a tudo falta ouvirmos o Presidente da República e as suas decisões”, ressalvou o edil, fazendo questão, no entanto, de deixar “uma palavra de apreço e reconhecimento pelo trabalho do Primeiro-Ministro”.
Ribau Esteves destacou, igualmente, a “afabilidade” nas relações com o até agora Chefe do Governo, desde o tempo em que era autarca de Lisboa. “Nunca esquecendo as coisas boas e más que fez, os passivos e pendências que ainda são muitas, e que dizemos serem sempre demais, com o município de Aveiro”, ressalvou.
“Justicialismo está a dar cabo da democracia”
“Chocando-me a mim muito que o justicialismo esteja a dar cabo da democracia portuguesa e que um Primeiro-Ministro que nem sequer indiciado está se demita nas condições em que se demitiu. Seguramente isso, também quer dizer da sua fragilidade, porque ao longo do seu tempo de Primeiro-Ministro deixou que acontecessem debaixo da sua alçada situações que não devia, mas que o fragilizou”, afirmou Ribau Esteves.
“De forma honesta e sincera, quero deixar esta palavra pública de apreço no quadro das relações institucionais e pessoais que nos relacionámos há muitos anos”, concluiu o presidente da Câmara ao se referir a um “momento particularmente difícil e doloroso seguramente para o próprio, mas também para o País”.
Discurso direto
“Obviamente assistimos à crise política com alguma estupefação, ao mesmo tempo compreendendo do passivo e fragilidade que o presidente falou, mas também acreditando que a justiça ainda é capaz de fazer um trabalho bem feito ou caso contrário irá fragiliza-nos a todos e torna o nosso sistema, onde todos estamos com honra e sentido de serviço,a fazer o trabalho que fazemos, torna tudo isso um bocadinho mais nebuloso, é coisa que não queremos. – Fernando Nogueira (vereador do PS na Câmara de Aveiro).
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