O PS passou a ter a companhia declarada do PSD na ‘luta’ pelo fim das medidas de austeridade decretadas como contrapartida pelo Programa de Ajustamento Municipal (PAM), que tem sido reivindicado também nas tomadas de posição do BE e PCP.
Os sociais democratas assumiram na Assembleia Municipal (AM) que existem condições para a Câmara deixar os constragimentos de gestão impostos pelo Fundo de Apoio Municipal (FAM) antes do final do mandato, encurtando o último prazo estabelecido em sede da revisão do PAM já aprovada, que é 2021.
Como algumas diferenças de forma, como tratou de salientar Manuel Prior, para quem a “urticária” causada no PS por a meta coincidir com ano eleitoral deveria ser acautelada pela coligação “com mais um esforço” para atingir o rácio entre dívida e receita de 1.5 um ano antes.
“Acompanhamos o pedido do PS para antecipar a data do rácio do 1.5, mas enquanto o PS defende a antecipação do pagamento da dívida e redução do investimento, nós defendemos e desafiamos a Câmara a antecipar o rácio não por pagamento antecipado da dívida e consequente diminuição do investimento, mas sim por boa gestão. É isso que nos separa”, explicou o líder do grupo social democrata.
O presidente da Câmara não pareceu apanhado de surpresa pelos termos mais incisivos em que o PSD colocou um dos assuntos no centro da discussão política local, lembrando que ele próprio tem referido a possibilidade de alcançar a plena autonomia mais cedo. Embora coloque cautelas.
“Mais do que aceitar o desafio já o assumi, mas não levo isso à exaustão, porque eu não faço como um célebre primeiro ministro que disse ‘que se lixassem as eleições’, para mim como democrata nunca serei capaz de dizer frase similar, assim como democrata e gestor o ano das eleições não é nem mais nem menos importante do que os outros, repito nem mais nem menos”, afirmou o edil.
“Não é por termos eleições em 2021 que não vamos usar o ano de 2021 com toda a intensidade, com toda a dedicação, com muitos resultados, como vamos ter em 2020 e 2019. Tem também umas eleições ? Viva a democracia, quem quiser que lá vá. Agora o nosso mandato é de quatro anos e a nossa dedicação muito intensa. Temos pela frente um novo excitante ano, com um grande plano, grande em tudo, nos objetivos que lá estão e estamos muito empenhados e a trabalhar muitíssimo para os concretizar o mais possível”, sublinhou.
Discurso direto (intervenções desenvolvidas no áudio)
“O PS propõe outros investimentos e outras formas de o fazer, nomeadamente com mais participação pública. Gostaríamos de perceber como crescer sem manter as receitas no máximo” – Francisco Picado (PS).
“Onde estão em concreto as opções do PS para dizer que a estratégia é diferente e faria diferente ? Não percebemos de que forma e de onde vem o dinheiro” – Filipe Thomaz (PSD).
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