Aveiro: PS vê “programa eleitoral” no balanço da atividade municipal / PSD destaca execução elevada

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Assembleia Municipal de Aveiro (Centro Cultural e de Congressos).
Natalim3

“Vemos obras e muitos projetos, é sinal que a Câmara está bem financeiramente, para arriscar assim. Pareceu-me mais um programa eleitoral”. Este comentário de Ana Seiça Neves, líder da bancada do PS na última sessão da Assembleia Municipal de Aveiro ‘incendiou’ os trabalhos durante a análise do relatório de quase 100 páginas alusivo à atividade municipal dos últimos meses, motivando reações duras da maioria, incluindo do presidente da edilidade.

“Não somos contra as obras, mas sim contra algumas obras, como a Avenida, que arrancou sem qualquer compaixão para com os comerciantes, não teve em conta a pandemia. As pessoas queixam-se que não há circulação, fiquei triste”, criticou a vogal.

Já Filipe Tomaz, da bancada do PSD, elogiou a Câmara por cumprir o “contrato com os eleitores” proposto para o mandato. “Efetivamente é magnífico, uma taxa de execução absolutamente extraordinária dos compromissos” e, por essa via, em buscar mais fundos.

Sobre a Avenida, destacou o empenho em “provocar o menor impacto” e foi a melhor opção inciar já a obra. “Todos vão agradecer quando estiver pronta”, vaticinou. O desempenho da maioria até “provoca uma grande dificuldade de fazer oposição”, ironizou.

Ribau Esteves também não deixou passar em claro a referência do PS ao trabalho camarário, considerando “um absurdo chamar programa eleitoral” à comunicação sobre a gestão municipal, quando a Câmara o que está a fazer é “dar cumprimento ao programa eleitoral, que está a ser executado”. Admitiu, ainda assim, que possa passar para o próximo mandato “uma ou outra obra”.

Discurso direto

“É com orgulho que vejo muita obra. O presidente tem pilhas que não acabam. Pena alguns aveirenses não merecerem o que se faz, por exemplo no largo das 5 Bicas, pois apareceram logo carros em cima. O presidente é reconhecidamente batalhador a buscar financiamentos, podia tentar encontrar para instalar túneis de desinfeção nas escolas, não só para a pandemia, pode ficar para gripes sazonais” – Raul Martins (vogal independente).

“Está a ser feita muita coisa, alguns queriam que fosse menos. Muita requalificação de habitação social, ao contrário do IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) que não faz nada, é pena. Vemos apoios às atividades associativas, num momento tão complexo. O resto da comunicação é esclarecedor” – Jorge Greno (deputado do CDS).

“Nas escolas, de facto, há um trabalho apreciável de recuperação que o seu partido durante oito anos, e quando havia dinheiro, tinha a proposta de uma parceria público-privada que envolvia escolas e estacionamentos” – Pedro Pires da Rosa (deputado do PS).

“A dra. Ana Seiça Neves não tem jeito nenhum para líder de bancada, é um problema que há-de resolver com a aprendizagem, é difícil para a número 3 que o número 1 passe a vida a faltar, o número 2 seguiu o exemplo. Oxalá que apanhe o jeito” – Ribau Esteves, presidente da Câmara.

“Este achincalhamento é inacreditável e inaceitável. Não é o presidente da Câmara que diz como se dirige uma bancada. O PS tem legitimidade para estar aqui. Se quer governar sozinho, retiramo-nos. Estamos aqui para colaborar. O que disse é muito feito” – Ana Seiça Neves (deputada do PS).

Comunicação da Câmara à Assembleia Municipal de Setembro

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