PS defendeu no âmbito do debate do plano e orçamento para 2024 o desenvolvimento por parte do município de “políticas sectoriais”. Na resposta, o presidente da Câmara lembrou que certas matérias sugeridas são competência governamental.
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O PS gostaria de ver contempladas nas Grandes Opções do Plano (GOP) “questões sectoriais” a que a maioria PSD-CDS-PPM, no entendimento dos eleitos socialistas na Câmara não tem dado respostas adequadas. Chamadas de atenção deixadas pelo vereador Rui Soares Carneiro aquando da recente discussão dos documentos orientadores da gestão plurianual do município.
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Um dos exemplos apontados pelo vereador foi o que chamou de “meia política do meio pelouro da saúde”, onde “mais uma vez” não se encontram, na sua opinião, “grandes referências de uma política definidora, integradora, inclusiva, que vá ao encontro dos cidadãos”. “Se é verdade que temos investimentos em infraestrutura, que é importante, depois resume-se a uma política de receção de iniciativas privadas ou de ordens, que é o que tem acontecido”, lamentou, O PS entende que também seria necessário investir, por exemplo, em políticas de saúde mental, incentivos à natalidade, assim como “dotar o município de respostas integradas a quem sofre maus tratos, apoios para cuidar saúde oral que é parente pobre do SNS e onde a autarquia pode trabalhar mais e melhor”. O eleito do PS defendeu, ainda, “a criação de uma rede municipal” de apoio aos mais velhos, “que se seja presente ou em modo digital”, para dar uma diferente atenção, por exemplo, a cuidados de saúde.
Outra nota sectorial deixada foi sobre a necessidade de aplicar uma “política económica”, o que em Aveiro, diz o vereador socialista, se tem reduzido “basicamente” a investimentos, “importantes” é certo, nas áreas de localização empresariais, mas “não há grandes exemplos de incentivos” ou outras ações, como aconteceu com a vinda para a cidade do projeto brasileiro Porto Digital (Recife). A fixação de empresas, sejam grandes, PME ou startup, deveria merecer, segundo defendeu Rui Soares Carneiro, programas de apoio, “como acontece em municípios vizinhos”.
Sobre os assuntos relacionados com saúde referidos pelo vereador, o presidente da Câmara lembrou que “são matérias legais e políticas” da alçada do respetivo ministério, enquanto que as autarquias têm responsabilidade em atividades não técnicas mas “que são contributivas para saúde e bem estar”, garantindo que em Aveiro “trabalhamos afincadamente nisso”. Ribau Esteves descartou, assim, responsabilidades em matérias que não figuram entre as competências municipais.
Quando aos apoios a empresas, a Câmara está fazer um tratamento de informação para, em breve, dar público de quanto tem sido feito nos últimos anos em Aveiro, contribuindo para “um crescimento notável do investimento privado” no concelho, desde apoios no âmbito da incubadora municipal, das atividades empresariais apoiadas pelo programa Tech City ou em grandes empresas, como “o novo grande investimento” Navigator ou, entre outros, da Bosch. “Em novembro vem cá o primeiro-ministro fazer um lançamento de primeira pedra na Bosch, eu coisa que nunca fiz como presidente da Câmara. Como anda ávido de aparecer na televisão por motivos bons vem. Nós temos trabalhado centenas de horas com a Bosch para que o senhor primeiro-ministro venha ridiculamente lançar a primeira pedra. Nós queremos é que ele venha à inauguração”, ironizou.
Discurso direto
“Fala muito do governo central, da inflação, do IRS, das políticas da saúde, etc. Faço-lhe um desafio: candidate-se ao PSD e vá discutir com António Costa. Comigo discute problemas do município” – Rui Soares Carneiro, vereador do PS (ver declarações abaixo).
“Eu serei candidato do PSD quando entender, não sou quando entender. Sou presidente da Câmara e o primeiro-ministro é António Costa. Não nos ponha a tratar dos partos e da saúde mental, que não é da nossa competência” – Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro (ver declarações abaixo).
Gravação vídeo da reunião da Câmara de Aveiro de 27 de outubro de 2023.
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