A Câmara de Aveiro aprovou, na sua reunião pública realizada esta quarta-feira à tarde, com os votos contra dos eleitos do PS, o relatório do júri com os vencedores dos concursos de ideias para o estudo urbanístico da zona da antiga lota e a reconversão do antigo Colégio Dr. Alberto Souto, em Aradas.
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No caso do ‘ensaio’ para um eventual aproveitamento dos terrenos que ainda permanecem na propriedade do Porto de Aveiro, em que foram recebidas nove propostas (duas seriam excluídas), a escolha do júri a que presidiu o presidente da autarquia recaiu na proposta de ideia número 8, a que correspondeu um prémio apenas pecuniário (50 mil euros).
Já quanto à recuperação do antigo colégio para atividades culturais e criativas, que contou com quatro propostas, venceu a ideia da candidata número 3, com um prémio 20.000 euros, assim como a possibilidade de lhe ser encomendado o estudo prévio.
A autarquia irá divulgar mais informações sobre a proposta em evento num momento posterior.
Ler comunicado da Câmara de Aveiro com informação sobre os concursos de ideias.
O PS reafirmou as razões de ser contrário à “forma e modelo de discussão do território” tomada pela maioria PSD-CDS-PPM. Sobre a ocupação da zona da lota, Fernando Nogueira, vereador do PS, referiu que o concurso tem “uma pescadinha de rabo na boca”, uma vez que “compromete a todos com uma ideia de ocupação”. “A discordância resulta da falta de resposta de quem é a lota, a quem vai ser entregue e como beneficiaremos da mesma”, acrescentou o eleito, não aceitando “um concurso de ideias enquanto maneira de discutir o que a cidade deve ser e um júri interno em circuito fechado”. “O processo coloca as pessoas perante respostas, sem que possam compreender as perguntas”, acrescentou, criticando a ausência de debate em torno de “caderno encargos” em que deveriam surgir referências ao programa de ocupação, carga ambiental, tráfego rodoviário, “peso” das infraestruturas, articulação com atividade existentes e a atrair. O importante seria “discutir o problema e não a solução”, advogou, questionando ainda o destino dado aso contributos participação pública.
Quanto à solução ganhadora, apontou aspetos negativos: “promove uma carga urbanística bastante razoável, uma zona urbana de luxo sem acautelar a partilha social dos benefícios, isto preocupa-nos porque a Câmara diz fará as infraestruturas”.
Discurso direto
“Deduzimos que em relação ao antigo colégio a proposta é do agrado do PS. [sobre a lota Lembrar, não é novo: este concurso foi criado para estimular e pressionar uma solução para os terrenos da lota, estamos todos de acordo que chega, anos e mais anos em que este processo se empurra com a barriga. Vemos património a degradar-se, ninguém fica satisfeito. Ainda por cima, num território que diz tanto aos aveirenses. Este é um processo positivo, não é contra ninguém. É para estimular consenso, chegar a um consenso, esta operação foi previamente articulada com o ex-ministro Pedro Nuno santos e o presidente da APA, não foi um concurso à revelia nem contra ninguém. Esperamos que em breve o novo ministro possa assentar, ainda anda pelos ares por causa da TAP, para tratar destas coisas mais da terra, como a nossa lota.
Haverá o tempo em que vamos discutir, uma partilha de opiniões construtivas, para o que queremos todos para os terrenos. Não é o fim de nada, é um primeiro passo, gostamos de refletir sobre algo concreto em cima da mesa. Tomámos boa nota, mas seguramente haverá outro tempo para a participação de todos, queremos a melhor solução” – Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara de Aveiro.
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