O PS manifestou-se “totalmente de acordo” com a cedência de um terreno na zona desportiva do Estádio Municipal de Aveiro (EMA) para a Associação de Futebol de Aveiro (AFA) desenvolver o seu projeto “Cidade Desportiva”, mas defendeu que a aposta deveria ter enquadramento numa “estratégia” para o sector, ainda por traçar.
“Entendemos que este é o caminho, e estamos à vontade porque defendemo-lo no nosso programa eleitoral, para rentabilizar o estádio. Com uma ressalva: a Câmara devia aproveitar a oportunidade e elaborar um plano estratégico ou diretor para o desporto que está em falta”, notou o vereador Manuel Oliveira e Sousa ao intervir na reunião pública do executivo realizada esta quinta-feira à tarde.
O assunto foi analisado no âmbito da discussão e votação da proposta para celebrar o contrato de comodato com a AFA (a formalizar no próximo sábado) para a utilização de um dos terrenos a nascente para construir, faseadamente, campo sintético, um pavilhão e uma área social que deverá acolher os serviços administrativos e de apoio.
O envolvimento da AFA foi considerado pelo eleito socialista “um bom exemplo”, tendo incentivado a Câmara a replicar a colaboração. “Podemos ir mais além, com outras associações, do basquetebol, por exemplo, que tem muita notoriedade. Há outras modalidades, mais actividades, que podem ajudar a rentabilizar o estádio e não nos fixarmos só num clube”, referiu Manuel Oliveira de Sousa, que já tinha defendido a partilha do futuro complexo de campos a construir pela Câmara para o Beira-Mar.
O vereador questionou a existência de dois pavilhões desportivos próximos, já que além do projetado pela AFA, a Câmara pretende instalar em Taboeira o futuro pavilhão municipal.
“Não vamos fazer um plano estratégico” – Ribau Esteves
O presidente da Câmara não vê necessidade em transpor para documento próprio as apostas no sector do desporto, garantindo que as mesmas estão já assumidas.
“Não vamos fazer um plano estratégico”, respondeu, lembrando que o Plano Diretor Municipal (PDM), em fase adiantada de revisão, tem uma carta de equipamentos desportivos.
Além disso, “a estratégia está bem clara”, com empenho municipal no apoio a associações, investimento camarário em equipamentos e eventos especiais.
Existe, também, já trabalho em curso com outras modalidades. Por exemplo, no âmbito da requalificação da pista de atletismo instalada no campus da universidade, estando a ser redefinida a parceria que envolve também a associação distrital.
Quanto aos campos sintéticos a construir no EMA, a utilização por terceiros do complexo a gerir pelo Beira-Mar devido “a um histórico e compromissos entretanto assumidos” poderá ser feita “em lógica aberta”. No caso da AFA, a autarquia poderá usar até 30 horas mensais
O edil não vê problema na existência de dois pavilhões. “Só nós precisávamos de quatro para as necessidades, além de que queremos fazer crescer a pratica desportiva”, referiu.
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