Aveiro: PS em alerta com “cosméticas eleitoralistas” da coligação camarária

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Reunião do executivo camarário de Aveiro (arquivo).
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O PS avisou na reunião de Câmara pública, esta quinta-feira à tarde, que vai estar mais vigilante na gestão municipal da maioria PSD-CDS em 2021, para combater o que chamou de “cosméticas eleitoralistas”, vislumbrando já tentações de aproveitamento político da coligação, nomeadamente em mostrar mais próximo da ida a votos obras que, segundo o vereador Manuel Oliveira de Sousa, “já deveriam estar prontas”.

Numa intervenção no período antes da ordem do dia, o eleito socialista, que foi cabeça de lista do partido em 2017, apresentou um “manifesto” a renovar “princípios em nome do respeito dos aveirenses, verdade e transparência”, defendendo, ainda, que, na reta final do mandato, só avancem ações a continuar por executivo posterior “com consenso alargado”.

Manuel Oliveira de Sousa aproveitou, ainda, a primeira reunião do ano para fazer eco do “grito de desespero dos aveirenses” que tem ouvido,dando como exemplo “o grave prejuízo” causado pela “perturbação” na circulação citadina devido a obras em curso, que afectam também a atividade comercial de proximidade.

O vereador constatou, também, “uma enorme tensão, crescente” de cidadãos com a Câmara, “o que não dignifica o trabalho em prol de Aveiro”. Apesar de avanços “positivos” na desmaterilização de procedimentos, com novas ferramentas informáticas ao dispor, “não há respostas atempadas, exigindo-se maior atenção” nesse aspeto.

Notou ainda “problemas” colocados localmente que estão “sem acolhimento”, seja na falta de passeios, iluminação publica, recolha dos resíduos ou transportes, exigindo “uma postura de maior qualidade, aí sim sem deixar de corresponder no fim de mandato”.

O vereador referiu-se, igualmente, a procedimentos judiciais “conhecidos e outros”, manifestações públicas de “desagrado” em obras de S. Bernardo, Mamodeiro ou Cacia ou devido a empreitadas “que nunca mais terminam”, apontando a rua da Pega, a reabilitação da antiga Estação ou renovação viária em Verdemilho.

Consultar resumo da tomada de posição do PS na Câmara de Aveiro

Ribau Esteves, na resposta, negou que a gestão esteja a ser condicionada pelo calendário eleitoral (“É o trabalho normal, com igual intensidade, dedicação e empenho”), criticando duramente a tomada de posição do socialista.

“Cumprimos a lei e não invento leis como o senhor vereador, a exigência de largo consenso em decisões no última ano não existe em lado nenhum”, garantindo que a Câmara “não tem nada em acelerado” com propósitos eleitoralistas, “pelo contrário”.

O presidente também não ouve “os gritos de desespero” apontados pelo PS, desvalorizando também a representatividade de protestos como os que aconteceram aquando do abate de árvores na escola de S. Bernardo ou devido à opção tomada para o cruzamento da Bica, em Mamodeiro, obra que nem é da Câmara.

Discurso direto

“O senhor vereador Manuel Sousa é um exemplar raro da política portuguesa, vive num mundo que mais ninguém vê e transforma obras normais e boas em problemas com um trauma, que é vem aí uma eleição. Vai haver eleições desde a última. Uma suas armas é mentir, embora lhe fique particularmente mal, para os alunos que aprendem consigo religião e moral admito que de religião aprendam mas de moral não. Quem mente, ensinar moral será muito difícil” – Ribau Esteves, presidente da Câmara.

“Qualquer pessoa inteligente entende perfeitamente o que disse inicialmente sobre a lei e os princípios, afirmámos o cumprimento da lei e o que é cumprimento de princípios. Sobre o currículo e a profissão, eu tenho o currículo que tenho, mas fi-lo todo. Quanto ao ensinar moral e a religião, o senhor presidente tem de voltar à escola e aprender qualquer coisa, porque já não é bem assim. Mas fica o compromisso no que diz respeito à gestão da verdade e da mentira, vou fazer um curso de verdade aplicada ” – Manuel Oliveira de Sousa (PS).

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