Aveiro: PS, BE e PAN entre os vencedores das eleições europeias

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Eleições europeias.

O distrito de Aveiro acompanhou o sentido de voto nacional nas eleições para o Parlamento Europeu realizadas este domingo, atribuindo a vitória ao PS.

No desfecho do escrutínio, notas ainda para o crescimento do Bloco de Esquerda (BE) e a passagem do PAN a quinto partido, com a contribuição para a eleição do seu primeiro eurodeputado, ficando à frente do PCP.

Leia, abaixo, também, as primeiras reações recolhidas pelo NotíciasdeAveiro.pt

O PS conseguiu 31,2 %, enquanto o PSD ficou-se pelos 27,91%. O BE alcançou 9,41%, seguindo-se o CDS (7,67%) e o PAN (4,38%). Só depois surge o PCP, que não foi além dos 3,10%. A abstenção foi de 66.19% (218.001 votantes).

Nos 19 concelhos do distrito, o PS saiu vencedor em 11. O PSD nos restantes oito: Albergaria-A-Velha, Anadia, Arouca, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Sever do Vouga e Vagos.

Em 2014, a coligação PSD-CDS chegou aos 35,11%, seguida do PS com 28,81%. O Movimento Partido da Terra ficou em terceiro com 8,51%. PCP (6,77%) e o BE (4,23%) ocuparam os lugares seguintes. A abstenção foi de 66,68 %. (218.293 votantes).

Link para consultar resultados eleitorais

Eleições 2019 – Distrito de Aveiro

PS
31,20%
68014

PPD/PSD
27,91%
60853

BE
9,41%
20510

CDS-PP
7,67%
16715

PAN
4,38%
9540

PCP-PEV
3,10%
6760

No concelho de Aveiro, o PS venceu as eleições com 26,9%, seguindo-se o PSD (23,4%) e o BE (13,05). Registo para o PAN que foi o quinto partido mais votado (6,1%), à frente do PCP (3,5%). A abstenção foi de 63,42%.

Eleições 2019 – Concelho de Aveiro

PS
26,92%
6971

PPD/PSD
23,49%
6083

BE
13,05%
3378

CDS-PP
7,81%
2022

PAN
6,10%
1579

PCP-PEV
3,50%
907

Livre
2,53%
655

Aliança
2,17%
561

Nós
1,53%
397

Basta
1,19%
309

Eleições 2019 – Resultados nacionais

PS
33,38%
1.105.894 votos
Mandatos
6

PPD/PSD
21,94%
726.725 votos
Mandatos
4

BE
9,82%
325.371 votos
Mandatos
2

PCP-PEV
6,88%
228.037 votos
Mandatos
1

CDS – Partido Popular
6,19%
204.951 votos
Mandatos
1

PAN
5,08%
168.358 votos
Mandatos
1

Aveiro sem eurodeputados da região

As eleições europeias realizadas este domingo retiraram do Parlamento Europeu o único eleito da região de Aveiro. Miguel Viegas, do PCP, concluiu o seu mandato conquistado há quatro anos como número dois. O economista e docente universitário não integrou a lista dos comunistas para o ato eleitoral de 2019.

O melhor lugar de um candidato dos dois partidos mais representativos (PSD e PS) oriundo do distrito aveirense foi ocupado pela jovem jurista e académica Ana Miguel dos Santos (PSD). A candidata natural de Águeda concorreu em oitavo da lista.

Em anteriores mandatos, o distrito chegou a ter vários eurodeputados. Pelo PS estiveram no Parlamento Europeu figuras da região como Carlos Candal ou Armando França. O antigo presidente da Câmara de Aveiro, Girão Pereira, já falecido, foi eleito pelo CDS. Regina Bastos, atual deputada do PSD na Assembleia da República, também foi eurodeputada.

Primeiras reações ao ato eleitoral

“Eleição em nada afetará, o crescimento do CDS no distrito” – Jorge Pato (líder distrital do CDS).
“O CDS não conseguiu atingir o principal objetivo que era eleger um segundo deputado. Também se pretendia não ficar atrás dos partidos da esquerda radical, o que também não foi conseguido.
Relativamente ao Distrito de Aveiro, voltamos a ter a melhor votação do CDS.
Agradeço desta forma a todos aqueles que confiaram em nós, bem como ao esforço dos militantes do Distrito, que fizeram uma campanha eleitoral absolutamente extraordinária. Esta eleição em nada afetará, o crescimento do CDS no Distrito de Aveiro”.

“Resultado fica aquém das expectativas” – Miguel Viegas (PCP)
“Este resultado fica aquém das expectativas e muito aquém das reações que fomos colhendo durante a campanha. A enorme abstenção acabou por penalizar bastante a CDU que não conseguiu mobilizar o seu eleitorado para o voto.
A CDU perde um deputado face ao resultado excecional de 2014 que era à partida irrepetível. Mas mantém, com os seus dois deputados, a sua inabalável confiança no nosso país e continuará a trabalhar procurando corresponder a todos aqueles que confiaram o seu voto na CDU. A região de Aveiro tem sofrido na pele as agruras das politicas neoliberais da UE. Pode pode portanto a população de Aveiro continuar a confiar na CDU para continuar a defender os seus interesses e as suas legítimas expetativas de uma vida melhor”.

“Eleições, embora europeias, têm uma incontornável relevância” – Armando Franca (ex-eurodeputado do PS)
“Previa-se que estas eleições para o Parlamento Europeu fossem muito importantes e que pudesse haver alterações significativas no PE. As expectativas eram muitas e não saíram defraudadas.
Os resultados eleitorais são muito diferentes de País para País e revelam, além do mais, que no conjunto dos Estados-membros a participação eleitoral foi a maior dos últimos 25 anos.
Estas eleições da UE revelam também que , eleitoralmente, os verdes, os nacionalistas e os liberais/democratas cresceram, mudando o jogo de forças no PE e obrigando agora o PSE e o PPE, que até aqui tinham maioria no PE, a negociar muito para a presidência da Comissão Europeia e permanentemente para aprovarem atos legislativos e procedimentos parlamentares.
Em Portugal, há algumas importantes notas e novidades que importa reter. Em primeiro lugar, a elevada abstenção, ao contrário da boa participação eleitoral no conjunto da UE.
Em segundo lugar, a clara vitória do PS, sendo que se torna agora mais evidente a diferença entre o PS e a direita parlamentar portuguesa.
Em terceiro, o aumento do peso eleitoral do BE, agora terceira força política, e o reforço da esquerda parlamentar, sendo que a direita perde na proporção.
Uma última nota para sublinhar a relevância do resultado do PAN que se afirma definitivamente no espetro partidário e parlamentar.
Por cá, o resultado destas eleições, embora europeias, têm uma incontornável relevância. Desde logo pela consolidação eleitoral do PS e da esquerda parlamentar que o apoia no Governo. Depois, pelo indiscutível reforço de ânimo e de militância para o Governo de António Costa e do PS em geral, tudo indicando que, em Outubro próximo, nas eleições legislativas, o PS logrará alcançar um resultado que lhe permitirá governar bem, com estabilidade e os níveis de confiança a que já habituou os portugueses”.

“Reflexo de uma campanha centrada na procura de soluções” – Nelson Peralta (Bloco de Esquerda /Aveiro)
O Bloco de Esquerda reforçou bastante os seus resultados nas eleições europeias com grande crescimento no país, no distrito e no concelho. O Bloco é a terceira força e mostra mais uma vez ter um grande potencial de crescimento.
O resultado é o reflexo de uma campanha centrada na procura de soluções para uma Europa da solidariedade, para uma Europa que responda à vida das pessoas e às alterações climáticas. É, ainda, o reconhecimento de um trabalho intenso de Marisa Matias e do Bloco no Parlamento Europeu.
No país, o Bloco foi essencial para virar a página da austeridade e na implementação de políticas de recuperação de rendimentos, da valorização do trabalho e da subida do salário mínimo. Estes resultados provam a confiança nesse caminho e mostram que existe espaço no país para uma alternativa que responda às exigências dos serviços públicos, nomeadamente da saúde e educação, que garanta investimento público e que altere o código de trabalho. Estamos empenhados na construção dessa alternativa e vamos continuar a trabalhar, lado a lado com a população, para alcançar a maioria social necessária a esse objetivo”.

“A acção do partido não é parcelar e vai muito para além das questões ambientais e da protecção dos animais” – Rui Alvarenga (PAN/Aveiro)
“O PAN vai mesmo sentar o planeta no Parlamento Europeu. Os resultados que o PAN acaba de obter, que pensamos ser proporcional ao crescimento do partido, é fruto de um olhar político muito distinto; um olhar dissociado da gasta e contraproducente dicotomia ideológica da esquerda/direita; um olhar que se afasta do tom hostil e inconsequente dos debates partidários a que nos habituámos a assistir em Portugal; um olhar que privilegiou a atenção sobre as matérias que estruturam o bem-estar das famílias e o respeito pelos ecossistemas; um olhar frontal e coerente que assume, sem hesitações, a proteção de todos os animais; o olhar decidido de um Partido que tem nos Direitos Humanos, não um parágrafo frívolo, mas parte estruturante do seu programa político para a Europa e para Portugal.
O PAN tem crescido em todos os atos eleitorais, porquanto a sua mensagem tem sido acolhida por cada vez mais cidadãos que, progressivamente, vão tomando conta do manifesto político do PAN, e percebendo que a ação do partido não é parcelar, e que vai muito para além das questões ambientais e da proteção dos animais. Essa transversalidade ficou evidente nesta campanha, e o correspondente reconhecimento pelos portugueses que dão cada vez mais força ao PAN.
Nesta noite, impõe-se um reconhecimento aos candidatos, especialmente ao cabeça de lista Francisco Guerreiro, que assumiu este desafio com enorme convicção e competência, bem como para todos os filiados e voluntários que, com parcos recursos, estiveram soberbos no esforço de levar a mensagem do PAN aos portugueses”.

(em atualização)

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