Os vereadores do PS na Câmara de Aveiro mostram-se satisfeitos com a proposta apresentada na última reunião do executivo para reforço da operação no concelho, que está entregue à concessionária Transdev. Mas não deixam de notar que persistem lacunas no serviço.
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“Assinalamos uma primeira alteração de pensar o transporte público por parte desta maioria, olhando para este transporte como uma necessidade primária dos nossos cidadãos naquilo que é a sua locomoção e como forma de não exclusão, bem como do pensar a mobilidade sob diretrizes que deveriam nortear há muito as suas políticas, apostando no transporte público, na sustentabilidade e no meio ambiente”, refere um comunicado.
Sobre o reforço da oferta da rede ‘Aveirobus’, os eleitos socialistas ressalvam que “há uma primeira premissa que é necessário elencar”, considerando que se trata “tão somente um conjunto de intenções por parte do executivo e não a concretização efetiva de um aumento de horários, linhas ou outra qualquer medida.”
“É sim, a solicitação ao concessionário, ETAC, que faça um EVEF (estudo de viabilidade económico-financeira) por forma poder ser avaliado e decidido qual o grau de medidas de reforço a implementar no terreno, com consequências efetivas para a mobilidade dos nossos cidadãos”, registam os vereadores da oposição.
Ainda assim, o PS nota “um virar de página deste executivo, olhando para a mobilidade e os transportes como uma carência que urge resolver e capacitar no nosso município, algo que temos vindo, juntamente com os nossos cidadãos, a contestar e a apelar nos últimos 10 anos de governação”.
Ressalvas socialistas
Apesar da concordância geral, os eleitos fazem questão de ressalvar três pontos que “parecem importantes e que não são tidos em conta” no EVEF.
A deslocação de paragens e o aparecimento de novas, nas linhas já existentes, por forma a disponibilizar mais pontos de recolha/largada de passageiros, em locais já identificados pela consultora contratada pelo município, “dando evidência aqui a escolas e às zonas industriais, locais de grande afluência de densidade de tráfego e de possíveis utilizadores dos transportes públicos”.
O PS defende, igualmente, um “maior reforço de horários noturnos, entre as 20:00 e as 24:00, que se verificam em três das doze linhas propostas, mas que mantêm sem serviços neste período quatro linhas, o que permanece como grande fragilidade do serviço afeto a estas populações”.
Por último, a nota de imprensa alude à oferta de linhas durante o período de fim de semana, “onde se concentram serviços em horas de ponta, mas que nos restantes períodos do dia continua a haver um défice de serviço, o que continua a demonstrar a falta de habilidade deste Executivo para perceber o âmbito em que deve proporcionar o transporte público, não apenas servindo para rotinas laborais, mas também de acesso a serviços e a lazer.”
Redução feita com verbas do Governo
Relativamente ao tarifário base em 2023 afeto à concessão, o PS sublinha a redução de preços “generalizada para os utilizadores dos transportes públicos”. Apesar do preçário base ter sofrido um aumento, o utilizador beneficia de uma baixa “através do importante reforço de verbas disponibilizado pelo Governo por via do Programa de Apoio à Redução de Tarifário (PART), “que capacita o executivo de disponibilidade financeira para tomar tal decisão”. Assim como pela entrada em operação nova concessão de transportes intermunicipais, BUSway, “que se traduz numa concorrência direta em muitas das linhas com o atual concessionário municipal e que importava resolver sob ponto de vista da perda de utilizadores e, portanto, encargos para a Câmara”.
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