“Passaram muitos anos, gerações mais novas conhecem mal o que foi o legado autárquico do PS em Aveiro, vale a pena revisitar esses momentos”. Alberto Souto, ex-presidente da Câmara de Aveiro, aceitou o desafio para passar em revista, este sábado à tarde, num encontro organizado pelo PS concelhio, os dois mandatos em que esteve à frente do município (1998-2005), os únicos de maioria socialista.
Um olhar pelo passado para compreender o presente e perspetivar o futuro. “Foram mandatos muito importantes para o desenvolvimento de Aveiro, com muito mais coisas boas do que más. Ninguém faz tudo bem, como é evidente. Essa é uma parte do exercício, conversarmos sobre o que foi diferenciador com a chegada do PS à autarquia; e, depois, falarmos sobre o futuro, alargarmos a reflexão, percebermos quais as dinâmicas que preocupam as pessoas neste momento em Aveiro e quais as grandes apostas estratégicas que a meu ver devem ser tidas em conta”, afirmou à entrada da sede socialista.
Alberto Souto, que depois da Câmara esteve em organismos públicos e passou pelo Governo, entre outras tarefas profissionais, voltou ‘ao ativo’ local com envolvimento nas eleições da concelhia, apoiando a nova liderança, que retribui agora com o convite para a a primeira iniciativa partidária com mais visibilidade sob o mote “O legado autárquico do PS e os desafios do futuro”.
Sobre um eventual regresso às lides autárquicas, o antigo secretário de Estado diz que “é natural que as pessoas façam essa especulação” depois do convite para recordar o seu “legado” em Aveiro. “Assumo as minhas responsabilidades de passar o testemunho do que foi o PS na Câmara às gerações mais novas, posso ser útil nessa parte. É isso. O futuro far-se-á com novos protagonistas, ainda falta muito tempo”, disse.
“A minha intervenção aqui é apenas ter todo gosto em explicar qual foi a nossa abordagem estratégica, quais foram os nossos projetos, as razões porque alguns não correram bem, porque se contraiu dívida”, afirmou, esclarecendo neste último aspeto que “o quadro regulamentar era muito diferente, obviamente que durante muitos anos nunca se contou a verdade sobre a dívida; sempre dissemos qye a dívida que era sustentável e a prova é que em três anos a Câmara foi reequilibrada, sabíamos que seria assim”, acrescentou.
A concluir, Alberto Souto insistiu para que este novo reaparecimento partidário não seja interpretado como estando disponível para repetir a aventura autárquica de há duas décadas: “Não quero dizer isso, nem sequer é este o momento, que é de reflexão interna sobre como o PS foi poder, transformador a vários níveis, dos espaços públicos, de obras emblemáticas das que Aveiro ainda tem, mas também novas práticas de exercer o poder local. Soubemos aproveitar esse período, demos um salto de desenvolvimento brutal e consensual, praticamente sem críticas, concluiu.
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