Aveiro: Promoção imobiliária mantém dinâmica apesar da oscilação de preços

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Lago da Fonte Nova, Aveiro.
Natalim3

O mercado imobiliário na zona urbana da cidade de Aveiro, na região Centro do País, entre as cidades do Porto e Coimbra, cresceu nos últimos anos em grande medida por força da reabilitação urbana, a que não foi alheio o crescimento do turismo que a crise de saúde pública afastou no último ano.

Aveiro reflecte, necessariamente, a uma escala inferior o que se passou em muitas cidades portuguesas que estiveram expostas mais a atividades turísticas nos últimos anos, como aconteceu de sobremaneira com a capital do País. Vender casa em Lisboa continuar a ser uma frase na ordem do dia de muitos negócios imobiliários.

Mesmo com os custos associados à construção a aumentarem, continua a assistir-se a um grande investimento a ser canalizado para o segmento habitacional. Uma tendência que a pandemia pode ter feito abrandar mas não abalou significativamente.

Restauro de prédios antigos e devolutos

Em Aveiro, prédios antigos, muitos até devolutos, são adaptados para acolher residências ou unidades a pensar em alojamento local e hotelaria. É uma imagem que se tornou recorrente nos últimos anos.

Em pleno bairro da Beira Mar, a zona histórica, não faltam oportunidades imobiliárias. A necessidade da cidade oferecer apartamentos para venda, de várias tipologias, especialmente nas áreas mais urbanas, também se faz sentir.

A última hasta pública para a alienação de dois imóveis na área de localização privilegiada do Cais da Fonte Nova rendeu 2,710 milhões de euros à Câmara de Aveiro. Uma venda anterior, com 12 lotes (terrenos e outras propriedades), atingiu 3,707 milhões de euros.

Cidade nova vai continuar a crescer

Com a revisão em curso do Plano de Pormenor do Centro (PPC), a parte mais nova da cidade irá conhecer novo impulso urbanístico com uma nova disposição de prédios previstos e far-se-á requalificação paisagística do barreiro da antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos, que deverá ser transformada em espaço verde.

O programa de melhoramentos rodoviários e no espaço público na cidade não parou durante a pandemia, pelo contrário avançou um dos seus projetos mais emblemáticos, que é a requalificação da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, a principal artéria citadina procurando não atrasar muito em relação aos prazos anunciados.

Avenida Lourenço peixinho (Foto de Teresa Soares).

Segundo a edilidade, “em relação ao planeamento inicial, a obra leva um tempo de execução de mais quase três meses”, o que resulta de “condicionantes provocadas pela pandemia do Covid-19, condições climatéricas adversas em dezembro 2020 e janeiro de 2021 e algumas dificuldades ao nível da mão-de-obra e do fornecimento regular de alguns materiais”. Estas “justificações” são consideradas “devida e legalmente aceitáveis”.

 

Preços de casas para arrendar baixaram

» Os preços das casas para arrendar em Portugal desceram 0,6% em fevereiro de 2021, fixando-se em 11,1 euros por metro quadrado (m2). Em relação à variação trimestral, a descida foi de 0,9%, segundo o índice de preços do site idealista. Em termos anuais, ou seja, face a fevereiro do ano passado, a descida foi de 3%;

» Os preços desceram nos distritos de Braga (-3,7%), Castelo Branco (-3,3%), Lisboa (-0,9%), Aveiro (-0,7%) e na Ilha da Madeira (-0,4%). Aveiro surge com um preço de 7,2 euros por m2;

Aveiro entre os distritos com menor concentração de imóveis

» Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de imóveis residenciais médio em Portugal é de 0,6 por habitante. Os distritos com menor concentração de imóveis residenciais por habitante são São Miguel (0,4), Braga (0,5), Porto (0,5), Madeira (0,5) e Aveiro (0,5);

» O Porto sobressai como a capital de distrito que possui o maior número de imóveis residencias à venda, seguido do Funchal, Aveiro e Lisboa. Relativamente ao arrendamento, Lisboa, Porto, Aveiro e Funchal são as capitais de distrito que possuem um maior número de anúncios em comercialização;

» Lisboa, Faro, Porto e Funchal são, por esta ordem, as capitais de distrito onde o preço médio das casas à venda é mais elevado, relativos ao ano de 2020, ou seja, em plena pandemia do novo coronavírus: 503.837 euros (€), 364.449€ e 359.691€ e 328.169€, respetivamente.

Praia da Barra, Ílhavo.

Dicas a ter em conta para o crédito à habitação

O responsável do idealista/créditohabitação em Portugal, Miguel Cabrita, lembra que, na hora de adquirir um imóvel, e caso seja necessário recorrer a um crédito à habitação, “importa saber qual o mínimo aproximado de poupanças que é necessário alocar ao negócio”, onde se inclui “a entrada do empréstimo, impostos e algumas despesas do processo, nomeadamente IMT, Imposto Selo e registos”.

“Exceto para imóveis da banca, o financiamento máximo para aquisição de habitação própria permanente será de 90% do valor compra ou avaliação do imóvel, o menor dos dois, limites definidos pelo Banco de Portugal (BdP)”, recorda.

“Independentemente da zona de compra, para adquirir um imóvel com recurso a crédito é necessário reservar pelo menos 7.000€, o que permitiria ambicionar a aquisição de um T1 em Beja, Castelo Branco ou Guarda, as capitais de distrito onde os preços médios dos imóveis são mais em conta”, avisam, salientando que, com uma poupança à volta de 20.000€, dificilmente será possível adquirir um imóvel em Lisboa, Porto ou Faro.

“O ranking é liderado por Lisboa, onde para comprar casa é necessário mais de 40.000€ de poupanças, seja qual for a tipologia procurada. No Porto, necessitamos pelo menos 25.000€ de capitais próprios, mesmo que estejamos à procura de um T1”.

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