Pedro Ribeiro Silva, deputado do PS na Assembleia Municipal, abordou a demolição de uma habitação que integrava um núcleo a que atribuiu interesse arquitetónico, na avenida Araújo e Silva, centro da cidade, para dar lugar a um novo edifício, reclamando medidas preventivas que impeçam outros casos.
Depois de uma primeira denúncia em jeito de surpresa, assumida através das redes sociais, o eleito socialista levou o assunto ao parlamento local na reunião ordinária de abril que teve início na quinta-feira passada.
“É uma perda grande que o município teve”, lamentou o ex-vereador, estranhando o avanço do camartelo para aquela vivenda que fazia parte da “identidade da estrutura urbana e arquitetura” de Aveiro.
Era “talvez o edifício modernista mais formal, o que manifestamente é uma perda da identidade. Podem seguir outras críticas feitas à observação de matérias identitária em que a arquitetura e o urbanismo são elementos fundamentais, é uma perda grande que o município teve
Pedro Ribeiro Silva, especialista em planeamento urbano, defendeu maior atenção “a matérias identitárias em que a arquitetura e o urbanismo são elementos fundamentas” no município, que tem na Arte Nova “a maior das bandeiras”.
O deputado entende que importa evitar a perda de outro espólio “absolutamente notável” ainda existente, nomeadamente os exemplares de arquitetura modernista (a partir da década de 40 do século passado), que “carecem de adendas”, com regulamentações específicas, nas figuras de planeamento “no sentido de levantamento e preservação” do património edificado.
“Temos uma identidade própria, com interpretações próprias, que possam ser mais ou menos reconhecidas, mas que importa preservar”, insistiu.
Pedro Ribeiro Silva voltou a outro tema que tem alinhado em intervenções na assembleia, alertando para a necessidade de aprovar uma Estratégia Local de Habitação (ELH) sem a qual “perde Aveiro e os aveirenses” numa altura em que a maioria das autarquias já avançaram e existem 2,8 milhões de euros contratualizados, contrariando assim a ideia transmitida pelo presidente da Câmara, segundo o qual “pouco foi feito”.
“Para além da vontade política de aderir ou não aderir, se não for elaborada ELH Aveiro não pode concorrer, não podemos concorrer a estes fundos”, alertou.
O Bloco de Esquerda, através do deputado João Moniz gostaria de ver “o mesmo empenho” financeiro visto no projeto do Rossio em “soluções acessíveis de habitação”, questionando se a autarquia irá concorrer a medidas governamentais como é o o programa 1º Direito. “Em Vagos, o município conseguiu 10 milhões de euros”, exemplificou, lembrando que, para tal, é necessário avançar com a ELH.
Nas respostas, Ribau Esteves contrariou a versão de interesse arquitectónico da vivenda demolida. Sobre a ELH, apesar de manter algumas dúvidas, adiantou que está em marcha. Reafirmou, ainda,outras ‘apostas’ municipais para aumentar a disponibilidade de habitação (declarações abaixo em vídeo).
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