Manuel Prior, porta voz do PSD na Assembleia Municipal de Aveiro, ‘agitou’ as hostes políticas locais fazendo regressar ‘à ordem do dia’ um debate com duas décadas em torno da herança financeira dos dois mandatos camarários de Alberto Souto de Miranda (PS), que foi presidente da Câmara entre 1997 e 2005, precedendo as maiorias de direita, primeiro numa coligação PSD-CDS liderada por Élio Maia (2005 a 2013) e depois a Aliança Com Aveiro (PSD-CDS-PPM) presidida por Ribau Esteves desde 2013.
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O deputado social democrata não resistiu, num primeiro momento, a comentar o ressurgimento, mais ativo, de Alberto Souto na vida local, com tomadas de posição muito críticas sobre aspetos da atual gestão, assumidas no seu perfil de Facebook como “delitos de opinião”, nomeadamente a ‘arrasar’ o elemento escultórico encomendado a Rui Chafes para o ‘olho’ das ‘pontes’ e, depois, também sem aligeirar nota negativa, na análise ao ‘desenho’, ainda em fase de esboço, do que poderá ser a futura urbanização da antiga lota. Pelo meio, o ex-edil não se inibiu de dar “ideias” para o futuro de Aveiro, afastando que tal tenha a ver com uma eventual terceira candidatura em 2025, algo que coloca num cenário de último recurso. Está “na reserva da nossa República local” e só voltará ao ativo “se tudo correr mal” possa “ajudar a servir”.
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“Sou uma reserva da nossa República local para se tudo correr ma” – Alberto Souto de Miranda
O entusiasmo gerado nos meios próximos do PS e não só com a declaração poderá ter sido o mote para Manuel Prior conjeturar: “Ultimamente temos sido brindados com o renascer de um certo soutismo por Aveiro, havemos de cá voltar”, começou por escrever o enfermeiro num ‘post’ partilhado no seu Facebook, colocado como primeiro ponto.
Um dia depois, surgiu o segundo ponto, previsível uma vez que é recorrente sempre que a coligação PSD-CDS-PPM quer ‘por em sentido’ o PS lembrar as suas responsabilidades na situação financeira do município, nomeadamente “a dívida” herdada pela direita que chegou até à entrada de Ribau Esteves, motivando o Plano de Ajustamento Municipal com ‘suporte’ do empréstimo negociado com o Fundo de Apoio Municipal, permitindo alcançar o reequilíbrio financeiro. “O Soutismo foi uma linha de gestão autárquica que deixou o município de Aveiro como o terceiro mais devedor do País.”
Como não há duas sem três, Manuel Prior, deixou passar mais algumas horas para inserir o ponto três fazendo a retrospectiva da “dívida” da Câmara: Alberto Souto – 250 milhões de euros, Élio Maia – 150 milhões e Ribau Esteves – 66 milhões de euros.
Alberto Souto ‘entra’ nos comentários e denuncia que o “post é falso”, invocando pela enésima vez que a Inspeção Geral das Finanças (IGF) contabilizou o passivo em 160 milhões de euros quando deixou o ‘leme’ municipal, derrotado por Élio Maia. Na discussão suscitada, o antigo presidente recebe apoios, como também lê críticas, assumindo, como já o fez, que a construção do estádio para o Euro 2004 teve uma quota parte muito relevante no desequilíbrio da ‘tesouraria’. A discussão em torno da dívida, que já marcou todos os atos eleitorais autárquicos das últimas duas décadas, poderá, é o mais certo, continuar a ser um dos temas prediletos dos protagonistas partidários e políticos locais.
Discurso direto
“O Eng. Ribau Esteves sabe bem que é falso. Bastou-lhe consultar as contas da Câmara quando entrou. A dívida em final de 2005 era de 160 Milhões. Há portanto uma mentirola de 100 Milhões…No relatório final da auditoria da IGF, então efetuado, o montante total da dívida apurada, da Câmara e de todo o grupo municipal, de curto, médio e longo prazo, incluindo leasings, foi de 160 Milhões. Pergunte ao Eng. Ribau qual é a verdade… Não o tenho a ele por mentiroso. Se mantiver o post ficamos a saber que o senhor é um mentiroso e que espalha mentiras pelas redes sociais. Estarei sempre cá para repor a verdade. E sim, fizemos muita obra . O Estádio , sim, mas tb toda a rede de saneamento nas freguesias não urbanas, etc. etc etc. já quanto à associação caluniosa que faz entre a minha gestão e o que se passou recentemente em S. Jacinto devia ter vergonha: sai em 2005 e os factos – sejam eles quais forem – datam do último mandato de 2021… tenha vergonha” – Alberto Souto de Miranda.
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