Aveiro: Plano de Pormenor do Centro vai sofrer acertos que protegem antigo barreiro

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Fonte Nova, Aveiro

A Câmara de Aveiro desencadeou a revisão do Plano de Pormenor do Centro (PPC) da cidade, junto ao lago da Fonte Nova, uma zona de expansão imobiliária ainda com vários lotes ainda sem construção.

A proposta de estudo prévio, ainda muito inicial, foi levada à reunião do executivo realizada esta quinta-feira, estando previsto uma fase de consulta pública.

A requalificação paisagística do barreiro da antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos chegou a motivar um movimento cívico em defesa da sua preservação, devido ao interesse histórico e mesmo património natural, de que o professor Galopim de Carvalho foi um dos impulsionadores.

A Câmara está disposta a acabar com a construção prevista para o local (um prédio de oito pisos), de forma a enquadrar o cais da Fonte Nova com mais espaço verde.

O presidente da Câmara adiantou que as alterações ao PPC em vigor têm motivado “diálogo com os proprietários” dos terrenos, “alguns têm já ideias”, de forma a “dar uma nova vida ao plano”, que considerou “uma das histórias de sucesso, feliz e positivo em termos urbanos, com algumas insuficiências” a corrigir.

“O PPC”, lembrou Ribau Esteves, “teve bastante desenvolvimento, mas está numa fase em que parou, na maior parte dos casos por disfunção em relação ao bom ordenamento do território e aos interesses do mercado, que não quer aquilo”, nomeadamente no que toca à disposição dos prédios a construir.

“A revisão não aumenta a capacidade construtiva”, garantiu o autarca, sublinhando a necessidade de tratar de outras “disfunções” do plano, como incluir o arruamento em frente à Jerónimo Pereira Campos, que não existia, e fazer alterações no que está previsto para o terreno atualmente ocupado por estacionamento nas traseiras do centro comercial Oita.

Para o barreiro, está previsto na revisão transformá-lo em espaço verde e de nidificação de aves com um um centro interpretativo para lembrar a sua importância na história, enquadrada no núcleo industrial cerâmico que ali existiu (barro vermelho), bem nos elementos fossilizados colocados a nu pela sua exploração.

Discurso direto

“Acompanhamos a necessidade de abrir este processo de revisão, decorre das alterações legislativas que se têm de fazer. Os planos têm um tempo de vigência, as dinâmicas urbanas alteraram-se. Os planos é suposto serem revistos. Daremos os nossos contributos e analisaremos as ideias concretas que forem apresentadas” – Joana Valente, vereadora do PS.

Consultar comunicado da Câmara de Aveiro sobre revisão do PPC

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