A Câmara de Aveiro concluiu a proposta de revisão do Plano de Pormenor do Centro (PPC), que tem sido, ao longo dos últimos anos, uma das zonas de expansão imobiliária mais nobres da cidade, confirmando-se ‘linhas de força’ que foram anunciadas anteriormente: não há alterações na capacidade construtiva e irá surgir mais espaço verde, nomeadamente com a salvaguarda do antigo barreiro, que serviu a fábrica Jerónimo Pereira Campos.
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O documento aprovado pelo executivo camarário na sua reunião pública de quinta-feira, após “várias interações”, nomeadamente envolvendo proprietários, segue agora para consulta pública: primeiro junto de entidades que têm de dar parecer e depois o inquérito público antes de decisão final dos orgãos autárquicos, que precede a entra em vigor.
“Vamos manter a capacidade construtiva dos terrenos privados do atual PPC, nem para mais nem para menos”, começou por sublinhar o presidente da edilidade na apresentação da proposta.
A proposta desenhada procura, também, “alterar” algumas zonas não construídas, “para melhorar a condição da urbanidade do que venha a lá ficar”.
Por exemplo, nos terrenos atualmente usados como estacionamento público junto ao centro comercial Oita foram introduzidos “ajustamentos”, passando a contemplar áreas comerciais (médias superfícies) que não tem, ficando, também, dotada de “capacitação de hotelaria”.
A revisão alterou a configuração de quatro lotes vendidos pela Câmara, que são ainda usados como estacionamento, com um novo desenho de implantação para garantir mais espaço público.
Confirma-se, igualmente, que quatro lotes ao longo da Rua Carlos Aleluia, onde se previa duas linhas de prédios paralelos ao canal, passam a ser construções perpendiculares.
Já os terrenos em frente à entrada do hotel Meliá, propriedade da sociedade gestora da unidade, vão manter a mesma área de construção, embora “arrumados de forma diferente”. Com um rés-de-chão comercial e duplo pé direito. São quatro edifícios: um habitacional, um novo hotel do grupo Meliá, um para residências de estudantes ou seniores e uma residencial hoteleira.
“Desaparecem” mesmo do novo PPC dois lotes (1 e 2) propriedade da Câmara, entre o barreiro e a escola Mário Sacramento, que previam uma “área construtiva brutal” (16 mil m2), com um prédio de oito pisos “que não faz sentido”, explicou Ribau Esteves.
Para o antigo barreiro, continua a ser desenvolvido o projeto de instalar um centro interpretativo, contando com a colaboração do professor Galopim de Carvalho, defensor desde sempre da preservação do património natural ali existente (fósseis), funcionando, também, como parque biológico (avifauna).
O PPC revisto formaliza a via já existente em frente ao Centro Cultural e de Congressos, que está ainda apenas como pedonal. Outra alteração é contemplar a cércea, em vez de seis, para sete pisos (este último é reservado atualmente para fins não habitacionais.
Estacionamento em cave público pode aumentar com acordo de proprietários
Joana Valente, vereador do PS, entre outras, deixou questões sobre a capacidade construtiva, espaços verdes e o seguimento dado a “algumas estratégias” anunciadas “para dotar a zona de mais estacionamento”, defendendo a “mudança no perfil da via” seria uma oportunidade para favorecer a mobilidade suave e de pessoas com mobilidade condicionada.
O presidente da Câmara reafirmou que existe “um aumento relevante do espaço verde” e as “áreas de implantação” dos prédios novos “são basicamente as mesmas”. A “exceção” é na zona dos quatro lotes em frente ao Meliá, em que para manter a área faz-se subir os prédios.
O bloco novo a construir em frente ao Melía terá um estacionamento público, para a Câmara gerir. O mesmo sucederá nos edifícios a localizar no estacionamento provisório junto ao Oita. Poderão surgir mais espaços de estacionamento em cave, a entregar ao município, desde que haja acordo com os proprietários.
Comunicado da Câmara de Aveiro sobre a revisão do PPC.
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