Um operário fabril de 33 anos foi condenado pelo Tribunal de Aveiro, esta quarta-feira, a quatro anos de prisão, com pena suspensa, por seis roubos cometidos no centro de Aveiro, durante a madrugada, um dos quais na forma tentada.
Para não cumprir tempo de cadeia efetiva, o arguido não poderá cometer crimes, terá de provar que mantém “condutas responsáveis e hábitos de trabalho”, bem como pagar, faseadamente, indemnizações às vítimas, de idade jovem, que totalizam 1775 euros.
Durante o julgamento, o indivíduo, pai de uma criança, assumiu a autoria dos assaltos com recurso a ameaças e até agressões, pediu desculpa às vítimas e avançou desde logo com alguma compensação monetárias.
Apesar de ter sido a 11ª condenação desde 2004 (a maioria dos antecedentes criminais dizem respeito a condução sem carta, mas também furtos, ofensas à integridade física e resistência e coação), o tribunal entendeu dar ao homem “uma derradeira oportunidade” com imposição de condições, levando em conta, para além da colaboração com a justiça, a inserção social e profissional atual.
“Já o conhecemos de outros processos, há muito que não o víamos por aqui, voltou. Parece estar no bom caminho, esperamos que seja a última vez”, referiu o juiz presidente, sem desvalorizar “a gravidade” do tipo de roubos cometidos, que causam insegurança na comunidade e deixaram os ofendidos “com receio de sair à noite”.
Os assaltos foram cometidos em setembro e outubro do ano passado, na cidade, sempre durante a madrugada.
O arguido, que terá agido com um cúmplice não identificado, escolhia jovens, e sob ameaças – num caso chegou a exibir um canivete suíço – , ou mesmo agressões (socos e apertões no pescoço), exigia a entrega das carteiras e outros objetos (numa situação, no valor de quase 300 euros).
Em dois casos, exigiu aos jovens o levantamento de dinheiro em multibanco (cerca de 100 euros, ao todo). Numa situação, enquanto se dirigiam para a caixa ATM passaram por um agente da PSP, mas as vítimas mantiveram-se em silêncio por receio.
O indivíduo acabaria detido em outubro de 2018, após denúncia de outra vítima que alertou a PSP pouco depois de um assalto.