A Câmara de Aveiro vai opor-se à concessão pedida por uma empresa para explorar caulino em Eirol, numa extensa zona de terrenos contíguos à Unidade de Tratamento Mecânico Biológico (UTMB) da ERSUC.
Informação prestada pelo líder da edilidade na reunião pública do executivo, que teve lugar esta quinta-feira na EB 2,3 de São Bernardo.
A questão foi levantada pelo vereador do PS Manuel Oliveira de Sousa no período antes da ordem do dia.
O eleito socialista quis saber se a Câmara iria aproveitar a fase de consulta pública para “tomar parte em alguma reclamação”, questionando desde já qual a perspetiva sobre a possível atribuição dos direitos de exploração.
Ribau Esteves mostrou-se surpreendido com o pedido da empresa, que irá merecer um parecer desfavorável do município, bem como outras movimentações para aquisição de terrenos na mesma área.
“Estamos a ultimar uma reclamação”, confirmou o autarca, considerando, também, “estranho tantas empresas, com tantos objetivos” a procurar o mesmo local. “Não sabemos o que se está a passar, para indústrias disto ou daquilo. O caulino é mais surpreendente, não tínhamos nota do potencial, certamente terão feito estudos, é uma área imensa”, afirmou.
“Vamos reclamar no prazo, por vários motivos e devidamente fundamentados: planeamento, condicionantes de gestão do território, mobilidade, incomodidade por consequência direta”, adiantou ainda o edil garantindo que à Câmara não foi pedida até “qualquer diligência formal ou informal, de empresas ou entidade” sobre exploração de caulino.
“Já tranquilizei a Junta de Freguesia [União de Freguesias de Eixo e Eirol], depois farei diligências junto da Direção-Geral de Energia e Geologia e da empresa para defender a nossa perspetiva”, concluiu.
O pedido de concessão abrange 275 hectares para explorar caulino, um minério que é usado na indústria cerâmica.
Artigo relacionado
Aveiro: Pedido para exploração de caulinos em Eirol