Aveiro / Obra do Rossio: Ribau Esteves diz que resposta a David Iguaz foi “humor” com “ato provocatório”

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Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro.

PAN e BE criticaram na Assembleia Municipal de Aveiro, esta quinta-feira, os termos usados pelo presidente da Câmara ao reagir a uma questão levantada por David Iguaz numa visita realizada às obras de construção do novo jardim – praça no Rossio, que inclui parque de estacionado subterrâneo.

O eleito independente na Junta de Freguesia da Glória e Vera Cruz e porta-voz do Movimento ‘Juntos pelo Rossio’ queria saber se a empreitada tinha acompanhamento de um especialista em antropologia física, como é obrigatório em casos de esvacações onde se presume existirem vestígios humanos. O edil disse, na altura, que o acompanhamento da obra só tinha de ter um arqueólogo.

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“O PAN repudia a resposta que Ribau Esteves deu a David Iguaz” sobre o cumprimento da lei nas obras do Rossio, afirmou Marta Dutra, querendo “acreditar” que Ribau Esteves “se arrependeu logo” das expressões proferidas (“Esse decreto lei deve ser espanhol, o senhor perdeu as eleições, por isso vá pregar para outra freguesia, vá para Espanha”), pois “representa todos os aveirenses”.

“Não podemos aceitar esta discriminação de um munícipe que vive em Aveiro há praticamente 30 anos”, acrescentou a eleita do PAN antes de ler o preceito na lei. “Parece-nos que David Iguaz tem tem razão”, concluiu a deputada que foi eleita pela coligação Viva Aveiro formada pelo PS-PAN, a qual apresentou David Iguaz como cabeça-de-lista para a Junta da Glória e Vera Cruz.

Celma Tavares, do BE, partido que chegou a criticar tomadas de posição de David Iguaz na contestação ao Rossio por estar envolvido na coligação eleitoral com o PS, também condenou a reação do presidente da Câmara à interpelação. “Uma obra aberta aos cidadãos, mas quanto baste. Nem todos serão bem-vindos, nem que se discuta o projeto. O presidente da Câmara não deve mandar pregar para outra freguesia ou outro país, como fez”, afirmou.

“É um mau munícipe do concelho, se quiser ir para outro concelho dou-lhe os parabéns” – Ernesto Barros (CDS)

Para Ernesto Barros, do CDS, a questão suscitada “é mais uma demagogia” de David Iguaz. “Os arqueólogos têm especialidade de antropologia, se encontrarem alguma coisa mais ligada à antropologia, imediatamente chamarão alguém da área para verificar”, referiu o deputado para quem o porta-voz do ‘Juntos pelo Rossio’ “tem feito perder muito dinheiro à Câmara” a responder a processos judiciais. “É um mau munícipe do concelho, se quiser ir para outro concelho dou-lhe os parabéns e até um abraço. Pessoas destas não desenvolvem a cidade, pelo contrário só criam problemas”, concluiu.

Ribau Esteves, quando abordado por David Iguaz, negou a obrigação de fazer acompanhar a obra do Rossio com antropólogo. O que manteve. “Quem lê o decreto lei de forma séria sabe que não é preciso estar lá antropólogo nenhum, o obrigatório é arqueólogo residente. Se aparecer algo que exija a competência de antropologia, ela é mobilizada”, explicou, reafirmando que a Câmara cumpre a lei e teve “duplo” parecer favorável (Direção Regional de Cultura do Centro e Direção Geral do Património Cultural).

O edil disse que a resposta dada a David Iguaz  foi uma tirada humorística para colocar fim a um ato provocatório alegadamente montado para a estação de televisão presente sem ter sido convidada (ver declarações no vídeo abaixo).

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