Aveiro: “Não serei candidato a nenhum orgão autárquico do município” – Ribau Esteves

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Reunião da Câmara de Aveiro.
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Ribau Esteves está indisponível para prolongar a sua carreira autárquica em Aveiro, cessando o terceiro mandato seguido à frente da Câmara. Poderia, por exemplo, concorrer à Assembleia Municipal. Algo que já terá comunicado, nomeadamente nos meios partidários.

“Já deixei claro que não serei candidato a nenhum orgão autárquico do município”, afirmou o edil numa declaração entremeada no debate sobre intervenções plurianuais previstas nas Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento de 2023 que decorreu na reunião de Câmara de sexta-feira passada.

Sem colocar em causa a importância de definir “políticas de longo prazo”, o vereador do PS, Fernando Nogueira, deixou algumas notas de aspetos que lhe mereceram reparos. Um dos casos é a requalificação do Bairro da Beira Mar, que está contemplada com uma verba de 9,5 milhões de euros. “Merece alguma reflexão, não sabemos o que vai ser feito. Não temos ideia qual é a estrutura da intervenção, nem as propostas, mas existe uma previsão de gastos. Precisamos de discutir isto, é o coração da cidade. Não estamos a acautelar o necessário debate”, alertou, apontando ainda os “investimentos muito avultados na rede viária” (9,7 milhões de euros) a longo prazo. “80 % das obras são feitas depois de 2025”, ou seja para além do mandato do atual executivo.

Sobre a Beira Mar, Ribau Esteves lembrou que a requalificação do bairro antigo está dividida em fases. A primeira – a avançar, nas zonas do Rossio, Canal das Pirâmides, Canal S. Roque e Cais dos Botirões – , tem um orçamento 3,5 milhões e encontra-se em “revisão final para lançar a concurso”.

O edil mostrou disponibilidade para receber “contributos” e a dar conta “como as coisas vão sendo feitas” para o arranque deste “processo profundo de qualificação urbana, com novas infraestruturas de tudo” para “resolver as patologias que existem”, em que se pretende dar mais espaço ao peão e arborizar o que seja possível. Seguir-se-ão as duas outras fases, uma vez que “é impensável ter o bairro todo em obra ao mesmo tempo”, desde logo pela dimensão da obra.

Ribau Esteves lembrou que atualmente é “obrigatório” apresentar mapa plurianual de investimento e as intervenções que surgem inscritas “não é ao acaso”, dando como exemplo a orçamentação de verbas para a Capital Europeia da Cultura de 2027, que ainda não tem decisão final.

Discurso direto

“As coisas ficarão cá para o resto de 2025, em 2026, por em diante, etc. É a vida da nossa gestão. Os mandatos não são eventos, que começam num dia, depois desmonta-se a tenda e acabou. Estaremos em plena condição a gerir este mandato. Agora, a esmagadora do que fazemos e do que faremos até ao último dia terá vida posterior. Se tivermos a Capital Europeia de Cultura teria muito gosto de estar presente, convidado pelo presidente da Câmara da altura” – Ribau Esteves.

Vice-presidente sublinha desempenho camarário e “retorno” para os cidadãos

Contrariando o que tem sido habitual ao longo da gestão das maiorias PSD-CDS-PPM, a discussão das GOP contou com uma abordagem de fundo a cargo de outro eleito da maioria, que não o presidente da autarquia.

A pretexto das intervenções ouvidas da oposição, o vice-presidente Rogério Carlos, que foi chamado ao executivo neste mandato depois de oito anos na equipa de assessores de Ribau Esteves, quis sublinhar o desempenho da maioria em diferentes áreas.

No parque escolar e educação, o vereador deu conta de 14 intervenções “no está para trás e ainda se perspetiva” com “um peso financeiro brutal”, mas “também com investimento imaterial”.

Lembrou a promoção de “grandes eventos” com importância para “o marketing territorial” como a Maratona da Europa ou o Festival dos Canais num conjunto de “imensos exemplos potenciado algo fundamental que é a aposta no turismo sustentável e de qualidade, mas, também, “indutor de grande investimento privado, que continuamos verificar”. “Todos meses continuamos a bater recordes de pedidos de licenciamento”, recordou.

Rogério Carlos deu destaque, também, ao processo de descentralização na educação e ação social, onde a Câmara surge logo à partir da a cobrir despesas que o Governo possa não assumir de imediato.

Sobre as GOP de 2023, relevou “o apoio às associações” que, “passo contrário do que acontecia, passaram a contar com “um parceiro fundamental no seu trabalho de grande importância”.

Referiu, igualmente, as “obras desportivas” em curso (piscina e pavilhão do ex-Indesp) e “o importante investimento a iniciar em 2023” que é a construção do pavilhão oficina.

“Este documento é muito importante para a linha que traçámos no inicio deste mandato. O investimento tem um contributo fundamental dos cidadãos, mas estes também têm o retorno no dia-a-dia”, concluiu o vice-presidente.

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