Aveiro na ‘mira’ para acolher o próximo ‘Vale de hidrogénio verde’

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Imagem Rega Energy.
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Depois da Marinha Grande e de Coimbra, a região Aveiro é alvo da nova ‘investida’ da ReGa Energy, uma empresa de produção de gases renováveis que está a instalar em Portugal centrais de produção de hidrogénio ‘verde’ destinadas a indústrias, permitindo, por um lado, ter maior previsibilidade dos preços energéticos, e por outro, avanços rumo às metas de descarbonização, ‘reduzindo a pegada ecológica’.

Os contactos exploratórios são animadores levando a apontar, à semelhança do que já aconteceu nas outras localidades, para o aparecimento de um terceiro consórcio no Litoral Centro.

Certas indústrias, em termos energéticos, não conseguem eletrificar a totalidade da sua operação, por necessidades específicas dos processos de produção, podendo adotar como solução complementar atrativa o fornecimento de hidrogénio ‘verde’.

“Temos vindo a receber manifestações de interesse de empresas situadas na região de Aveiro que desejam ver replicado o tipo de projeto que está criado para as regiões da Marinha Grande e de Coimbra”, adiantou Manuel Ferreira, porta-voz do consórcio “Nazaré Green Hydroge Valley”.

“Em particular”, a Rega Energy encontrou “um forte interesse de empresas do sector da cerâmica, que é um setor altamente dependente de gás natural para os seus processos produtivos”.

São empresas que estão a olhar para o hidrogénio ‘verde’ como uma alternativa para cumprimento dos seus planos de descarbonização e também como uma solução para controlar os custos de energia que são, no momento, a maior preocupação das empresas devido ao aumento da fatura em contexto de grande imprevisibilidade por força da atual conjuntura internacional devido em grande medida ao conflito na Ucrânia provocado pela Rússia.

Manuel Ferreira, Rega Energy.

“Descarbonizar com escala” apontada como “primeira grande vantagem”

“A primeira grande vantagem deste projetos”, explicou Manuel Ferreira, “é descarbonizar com escala, isto é, reduzir as emissões de carbono de forma significativa”. É para responder a essa necessidade que estão a nascer os ‘Vales de hidrogénio verde’.

Outras vantagens decorrem da possibilidade de assegurar “previsibilidade do preço”, ou seja os contratos de compra de energia têm um preço previsível no longo prazo e “autonomia energética” (auto suficiência na produção e distribuição de energia considerada limpa.

Os promotores destacam, ainda, a possibilidade de ter “independência energética face a fatores exógenos sobre os quais as empresas não têm controlo” e permitir à produção nacional “produzir bens de baixo carbono”, gerando um valor acrescentado incorporado nos produtos feitos em Portugal, que tendem a ser cada vez mais valorizados nos mercados de exportação.

“Por fim, mas não menos relevante, os benefícios que vêm trazer às regiões em matéria de emprego – esta solução contribui para manter e fixar as empresas relevantes, defender postos de trabalho existentes e criar novos postos de trabalho especializados”, sublinha o consultor.

Os sectores industriais ‘alvo’ da tecnologia são empresas com consumo mais intensivo de energia (vidreiras, cimenteiras, cerâmicas, papeleiras, fertilizantes, siderurgias/metalúrgicas, têxtil, fertilizantes e alimentar) que precisam de responder às necessidades de descarbonização.

Nos ‘Vales da Nazaré e de Coimbra’, encontram-se envolvidos nos respetivos consórcios sectores do vidro do cimento e da cerâmica. Na região de Aveiro, o sector da cerâmica é o que que mais pode beneficiar deste tipo de projetos.

A primeira unidade de produção estará localizada próxima da zona industrial da Marinha Grande e o consórcio espera iniciar em 2023 a construção da infraestrutura, que inclui uma centrar solar, uma unidade de eletrólise e 20 km de gasodutos. A produção deve arrancar em 2025.

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