Aveiro: Marinha da Troncalhada recua para novo arruamento na zona das salinas

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Marinha da Troncalhada, Aveiro (foto Rialidades - Facebook).

A obra de requalificação do acesso rodoviário entre a chamada rotunda do Marnoto (no de acesso à A25) e a ponte junto das eclusas, em Aveiro, atualmente em fase de elaboração de projeto, vai obrigar a ‘cortar’ entre “metro e meio a dois metros” da marinha da Troncalhada, o ecomuseu do sal, que é propriedade municipal.

Foto Rialidades

Informação prestada pelo presidente da Câmara, esta quinta-feira, na reunião pública do executivo, após a vereadora Joana Valente, do PS, ter questionado se a intervenção tem implicações “nas marinhas que estão a funcionar” e acautelam “as necessidades” dos marnotos que explorarm as salinas.

“Esta obra só toca com a Troncalhada, mais nenhuma. A outra fica longe”, explicou o edil, adiantando que o projeto deverá ficar pronto a tempo de ser analisado na próxima reunião da vereação.

O corte da marinha municipal deve-se à necessidade de acautelar os ângulos de curvatura da segunda ponte rodoviária a construir na zona, também em fase de projeto.

A Câmara aproveitará a intervenção para instalar uma nova entrada e deslocalizar o palheiro tradicional (casa do marnoto), bem como a eira e a figueira para mais a nascente, “com várias vantagens”: além de ser uma zona com “mais espaço, fica sem o problema de estar em cima da estrada, mais longe da circulação rodoviária”, explicou Ribau Esteves.

Além disso, o palheiro, que manterá o modelo mais próximo possível do atual, será dotado de bateria sanitária para uso dos marnotos.

Outra das vantagems, é a “contiguidade” com o cais usado para a chegada de visitantes das salinas que se deslocam de barco moliceiro ou outra embarcação dos operadores marítimo-turísticos, bastando atravessar a rua para aceder à marinha.

O arranjo urbanístico irá permitir reforçar a segurança dos muros da marinha a part da plataforma rodoviária e também do acesso à zona dos montes de sal atualmente feito com um carreiro improvisado, colocando um varandim de madeira no interior da marinha ao longo dos percursos pedonais e uma rampa em vez da atual escada.

A Câmara procurará resolver outros problemas para os quais tem sido alertada pelos marnotos, nomeadamente a melhoria do funcionamento da conduta de entrada e saída das águas na marinha.

“É uma intervenção que vai torná-la mais atrativa para quem visita mas também para quem lá trabalha”, referiu Ribau Esteves.

Obra declarada “como boa e sem alternativa fora da Reserva Ecológica Nacional”

» Depois de declarado o “interesse municipal” do projeto de qualificação urbana entre a rotunda do marnoto e a ponte das eclusas, o executivo cumpriu mais uma etapa do processo administrativo ao fazer aprovar uma deliberação em que considera “como boa e sem alternativa fora da Reserva Ecológica Nacional (REN) a localização da obra”.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já deu parecer positivo ao projeto, por entender que a empreitada “não envolverá impactos significativos no meio ambiente, sendo por isso compatível com a salvaguarda da fauna e flora ali presentes”. Ainda assim, a autarquia tem de solicitar formalmente que a obra, à luz da lei, não exige Estudo de Impacte Ambiente (EIA).

» A empreitada permitirá ordenar o espaço urbano, redesenhar e reorganizar as zonas de circulação com a redefinição dos novos acessos da cidade aos diferentes polos de interesse e à A25, ao mesmo tempo que vai permitir a reformulação e aumento da segurança dos cruzamentos existentes e a valorização da função pedonal e ciclável, “contribuindo decisivamente para a melhoria da mobilidade, da promoção dos modos suaves de transporte e do ambiente.”

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