Aveiro: Inquérito efetuado à população sobre “Percepção Ambiental” em Cacia e Esgueira

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Freguesia de Cacia, Aveiro.

Em jeito de comemoração do Dia Mundial do Ambiente, a ADACE divulga os resultados e respectiva análise, do inquérito efetuado à população “Percepção Ambiental”. Cabe-nos fazer passar a mensagem para reflexão.

Percepção Ambiental – Análise e Conclusões

A ADACE- Associação de Defesa do Ambiente de Cacia e Esgueira, elaborou um inquérito para entender qual a perceção que os habitantes de Cacia e Esgueira têm sobre as questões ambientais, bem como perceber em que medida estas afetam a sua qualidade de vida. Este inquérito insere-se no Plano de Atividades da ADACE e destina-se a todos os cidadãos, maiores de 18 anos, residentes nas freguesias de Cacia e Esgueira, bem como nas freguesias limítrofes. Toda a informação prestada é confidencial e anónima.

Durante 6 meses, foram recolhidas 125 respostas repartidas entre Homens, 45%, e Mulheres, 55%, com uma idade média de 50 anos, com as mais variadas profissões e com habilitações literárias de todos os níveis. Dos inquiridos 72% são residentes em Cacia, 21% em Esgueira e os restantes em freguesias vizinhas. De notar que apenas 40% dos inquiridos são sócios efetivos da Associação. (Nota: nas questões de escolha múltipla apenas foram indicados 4 níveis de resposta)

Os resultados vão ao encontro das convicções que defendemos, nomeadamente a necessidade de implementação de uma Estação de Controlo da Qualidade do Ar, onde 98% dos inquiridos respondem afirmativamente a esta questão, 98% admite que a degradação do ambiente “prejudica” ou “prejudica muito” a sua qualidade de vida e para 93% o acréscimo da circulação rodoviária nas vias da sua freguesia, também “prejudica” ou “prejudica muito” a sua qualidade de vida. Em forma de resumo, 76% dos inquiridos estabelece uma relação entre o local onde vive e a sua saúde, justificando que a poluição atmosférica provoca problemas respiratórios e alergias, identificando como patologias comuns a bronquite, a asma, a renite alérgica, problemas oncológicos diversos, etc.

Em 96% das respostas é identificada a atividade industrial como “afetando” ou “afetando muito” a qualidade do ambiente na sua freguesia e 75

% acredita que a maioria das indústrias não cumprem as normas ambientais vigentes, bem como 83% classificam como “insuficientes” ou “inexistentes” os esforços da Autarquia de Aveiro e freguesia onde residem para melhorar as condições ambientais da região.

Ainda assim relativamente à freguesia onde residem, 55% considera que as condições ambientais são “más” ou “muito más”, 62% considera que o estado em que se encontra a fauna e a flora é “mau” ou “muito mau” e 60% avalia como “má” ou “muito má” a qualidade da água dos poços e das fontes.

Os inquiridos apresentam os maiores problemas ambientais da sua freguesia pela seguinte ordem: 1ª poluição do ar, 2º excesso de tráfego, 3º poluição da água e 4º poluição sonora. Também reconhecem que os parques de lazer e os espaços verdes são poucos ou praticamente inexistentes.

Dos resultados obtidos e dos comentários expressos pode concluir-se, que na perceção da amostra, há uma relação directa e inequívoca entre a sua saúde (ou a falta dela) e o local onde residem, e também que há um enorme desagrado da população face às questões ambientais e à forma leviana como é desvalorizado o património ambiental desta região.

Muito embora não nos espante, a expressão dos números que apresentamos deixa-nos com uma enorme preocupação: Que futuro vamos deixar aos nossos filhos, aos nossos netos e às gerações vindouras? Nunca nos podemos esquecer que não herdámos a Terra dos nossos pais, mas pedimo-la emprestada aos nossos filhos. Há que agir enquanto é tempo.

Não podemos deixar de referir o que se tem feito para a redução da poluição nas freguesias estudadas, no entanto, os efeitos retroativos da exposição continuada aos vários tipos de poluentes poderão trazer efeitos nefastos para a população a médio prazo. Basta olhar para os dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que revelam que a poluição do ar causa a morte prematura de sete milhões de pessoas por ano, de várias formas: doenças cardíacas (31%), pneumonia (21%), acidentes vasculares cerebrais (20%), doença pulmonar obstrutiva crónica (19%) e cancro do pulmão (7%). Ou seja, as consequências da poluição no ar não se cingem apenas a irritações na pele e náuseas. Para a Europa a OMS estima que a poluição atmosférica cause 500 mil mortes evitáveis por ano.

Por tudo isto, continuaremos o trilhar o nosso caminho em busca de um ambiente mais sustentável e melhor qualidade de vida para todos. Felizmente, sentimos que não estamos sozinhos, e a mudança de paradigma na Europa revelou-se no aumento dos votos, nas últimas Eleições Europeias, em partidos de índole ambientalista. É de saudar também todas as empresas que têm orientado as suas ações no sentido de práticas industriais mais sustentáveis..

A ADACE revê o reconhecimento do seu trabalho no artigo 66.º da Constituição Portuguesa que consagra o direito fundamental do cidadão a viver num sistema ecológico livre de ameaças que o periguem. Mais, prevê o dever fundamental de todos protegerem esse mesmo ambiente ecologicamente equilibrado.

“Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.”

Nós, ADACE, estamos a fazer a nossa parte e convidamos todos os cidadãos, que assim o entendam, a juntarem-se a nós, defendendo esta causa!

ADACE- Associação de Defesa do Ambiente de Cacia e Esgueira

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