Aveiro: Governo criticado por não incluir requalificação do hospital na ‘bazuca’

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Assembleia Municipal de Aveiro (Centro Cultural e de Congressos).

As bancadas do CDS e do PSD na Assembleia Municipal de Aveiro criticaram a ausência do projeto de renovação e ampliação do Hospital de Aveiro nos financiamentos a garantir pela chamada ‘bazuca’, numa posição subscrita pelo presidente da edilidade para quem a exclusão do projeto “é inadmissível”.

Filipe Neto Brandão, deputado socialista na Assembleia da República, que também é vogal na Assembleia Municipal, admitiu que o financiamento irá ser garantido através de fundos europeus no âmbito do programa Portugal 2030.

O eleito descansou os mais receosos ao intervir no período antes da ordem do dia da sessão ordinária de fevereiro da Assembleia Municipal, esta sexta-feira à noite, em que relembrou o compromisso governamental já assumido.

O tema foi levantado pelo deputado do CDS, Jorge Greno, a pretexto da consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), conhecido como ‘bazuca’, que prevê mais de 14 mil milhões de euros de apoios europeus para responder à crise social e económica gerada pela pandemia de Covid-19.

“Há uma omissão imperdoável, é que não consta a ampliação do hospital, há muito desadequado e com lacunas graves”, constatou o eleito popular, apelando a que os aveirenses aproveitem a fase de consulta pública para “de forma significativa reivindicar” o investimento em causa, para o fazer incluir “na versão final”.

Da bancada do PSD, o seu porta-voz, Manuel Prior, declarou-se sentir, também, com “alguma tristeza” por o projeto hospitalar, “uma opção da Câmara e de todas as Câmaras da CIRA, como obra principal”, não surgir assumido pelo Governo. “Vamos ter de lutar por outro lado. Aqui havia dinheiro, nos outros sítios ainda vamos ter de ver isso”, afirmou.

Segundo Filipe Neto Brandão, o “grau de maturação” da ampliação do hospital “não permite incluir no PRR, mas importa acautelar o investimento” através das verbas do ‘Portugal 2030’.

O deputado lembrou que a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, ao intervir na Assembleia da República, garantiu que “havendo projeto, haverá financiamento” para a requalificação. “É com essa expetativa que nos temos de mobilizar”, pediu Neto Brandão.

Aplausos ao avanço do novo acesso ‘Aveiro – Águeda’

Ainda sobre o PRR, Jorge Greno destacou, na região, a ligação Aveiro – Águeda, que “faz falta a dois concelhos altamente industriais, faltando desativar a portagem do estádio para não onerar tráfego”, lembrou.

Já o social democrata Manuel Prior, aproveitou para se “solidarizar” com Filipe Neto Brandão que “estava na fotografia” tirada há 10 anos no arranque em falso da obra para criar a desejada ligação Aveiro-Águeda.

O deputado do PS, na sua intervenção, tinha considerado “da maior relevância” a obra, atribuindo “grande mérito” ao ministro Pedro Nuno Santos pela inclusão no PRR, tornando-a de execução obrigatória até 2026 sob pena de perda dos fundos alocados.

Não inclusão do hospital na ‘bazuca’ é “inacreditável” para Ribau Esteves

O presidente da Câmara remete um comentário sobre o PRR mais aprofundado depois das reuniões que ainda terá pela frente, na próxima semana, no quadro intermunicipal, da Região Centro e com o próprio Primeiro-Ministro.

O edil antecipou apenas que irá tomar uma “posição que vai ser clara” sobre um plano “que tem coisas boas”, como o ‘Aveiro – Águeda’, mas também “tem coisas inacreditáveis”.

Uma coisa “inacreditável, errada e inadmissível é a ausência do investimento do hospital de Aveiro”, lamentou.

O autarca adiantou que levou o assunto ao Comité das Regiões, onde tem representação, uma vez que o PRR é uma resposta europeia à crise pandémica e económica, servindo também para “capacitar os sistemas de saúde para gerir esta e outras pandemias.”

“Está-se a esquecer isto, a secundarizar gravemente o sistema de saude, nos cuidados secundários e hospitalares. Falaremos mais do PRR. O pior dos exemplos é o hospital. Está assumido pelo Conselho da Região Centro como um dos oito investimentos prioritários. Continuamos a lutar para ser inscrito no PRR, continuaremos, falhado o PRR, a ir na luta do Portugal 2020 e do Portugal 2030”, rematou Ribau Esteves.

Sobre o ‘Aveiro-Agueda’, Ribau Esteves disse apenas que está mais atrasado em termos de projeto do que a ampliação do hospital. E nada mais adiantou sobre a via para honrar o “compromisso” assumido com o presidente das Infraestruturas de Portugal e com o presidente da Câmara de Águeda de aguardar por um encontro tripartido agendado para 4 de março. Esta sexta-feira, a autarquia aguedense antecipou em comunicado o acordo para a construção da via.

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