O PS de Aveiro considera “determinante ter uma política de verdade” na gestão camarária, o que passa por “cumprir o que cada ano e mandato apontam”.
No enunciado da declaração de voto que irá constar da ata camarária no ponto relativo à discussão e votação das Grandes Opções do Plano (GOP) e orçamento para 2020, divulgada após a reunião do executivo realizada esta quinta-feira, são descortinados pelos eleitos socialistas projetos presentes em anos anteriores.
As obras nas escolas de Azurva, Barrocas, Solposto, Quintã do Loureiro, Póvoa do Paço e Esgueira, por exemplo, têm “projetos de execução” definidos, em alguns casos, desde 2016. Ainda quanto ao parque escolar, o novo Centro Escolar de Requeixo, Nª Sra. de Fátima e Nariz vem de 2018.
Na área da saúde, o PS nota que a execução e finalização das obras de qualificação dos edifícios das extensões de saúde/USF de Oliveirinha e Eixo está “prometido” desde 2016.
Outros exemplos apontados: a obra do parque da Urbanização dos Montes de Azurva, que vem de 2018 e 2019, a obra do ecocentro está presente desde 2017 e o Museu da Terra, em Requeixo, “é prometido” desde 2016.
“Liquidez obscena” de 59 milhões de euros
O PS mantém que é possível a antecipação da redução da dívida total para ficar “no limiar legal” e terminar com a “austeridade imposta pelo Programa de Ajustamento Municipal” no tocante a taxas e impostos fixados no valor máximo.
O que poderia ser alcançado usando uma “liquidez obscena” de 59.018 milhões de euros existente na tesouraria municipal a 2 de outubro de 2019, “que tem perdurado ao longo das últimas dezenas de meses, e um património não estratégico de milhões de euros com investidores interessados”.
“A gestão com muito dinheiro é cega e surda, promove erros de identificação das prioridades, optando pela concretização de grandes obras esquecendo-se das de menor dimensão e que tendem a resolver os problemas mais básicos dos munícipes (passeios, espaço público, resíduos, transportes, etc.)”, refere o PS.
Após o saldo apurado em 31 de dezembro de 2019 integrado, o valor global do orçamento para 2020 atingirá aproximadamente 127 milhões de euros. Para os eleitos socialistas, “é um valor desmesuradamente elevado e de impossível realização”.
“Entre ter o seu dinheiro nos cofres da Câmara imobilizado e improdutivo ou no seu bolso, os aveirenses certamente privilegiariam a segunda hipótese. Lamentavelmente, o presidente da Câmara não pensa assim”, conclui a tomada de posição (consultar comunicado completo).
Na reunião de Câmara realizada esta quinta-feira para discussão e votação das GOP, o PS limitou-se a participar na deliberação, com voto contra, por entender que o debate no seio do executivo tinha sido esvaziado pela apresentação prévia dos documentos.
O orçamento para 2020 atinge 91,2 milhões de euros, um aumento de cerca de 20 milhões relativamente ao ano em curso.
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