Um “momento muito simples e sentido”. Foi assim que o presidente da Câmara de Aveiro assinalou, esta quinta-feira à noite, a inauguração das obras de requalificação da antiga estação de caminhos de ferro na véspera de comemorar 105 anos sobre a data de construção do atual edifício que tem, contudo, fundações que remontam há 200 anos.
Um investimento de um milhão de euros “muito bem aplicado”, sublinhou Ribau Esteves, ao falar sobre “o início da vida nova de um dos edifícios mais marcantes da urbanidade da cidade” que esteve 15 anos “abandonado” após a desativação dos serviços que acolhia, aquando da entrada em atividade da nova estação.
A inauguração nocturna serviu para para “mostrar uma das novas facetas” da ‘Estação’, iluminada, que durante o dia terá aberta ao público no rés do chão uma loja identitária com uma montra onde vão marcar pressença os produtos da região, como os ovos moles, o sal e os vinhos e espumantes da Bairrada. No andar superior existem espaços polivalentes.
A antiga estação continua a ser propriedade da Infraestruturas de Portugal (IPE), estando entregue ao município em regime de comodato durante 50 anos.
A utilização municipal só ficou resolvida em definitivo, permitindo partir para o restauro do edifício quando já estava muito degradado, após a Câmara liquidar uma dívida de 13,3 milhões de euros herdada pelo atual executivo relativa a compromissos assumidos com as empresas REFER e CP.
A requalificação, que resulta de um projeto do arquiteto João Mendes Ribeiro, foi “uma obra delicada” em termos técnicos, pelas características da construção original, tendo incluído ainda o restauro dos painéis de azulejos da fachada, um dos postais da cidade. Durante a execução foi necessário mudar o empreiteiro, por falência do inicialmente contratado.
A ‘Estação’ abre ao público já esta sexta-feira. No sábado, passará a ter uma exposição sobre a avenida Lourenço Peixinho, a pretexto das obras atualmente em curso na histórica artéria citadina.
Discurso direto
“Não temos orçamento para cuidar deste tipo de património como gostaríamos. Este dinamismo e capacidade de fazer de um edifício que estava a ser consumido pelo tempo, é um exemplo que procuramos seguir com outros municípios, poucos têm esta capacidade de Aveiro.
A muito curto prazo, Aveiro vai ter um pontos de amarração do que será a linha de alta velocidade, é efetivamente um ponto central do que nos consideramos o futuro da ferrovia de Portugal, circulam mais de 120 comboios na Linha do Norte e 22 na linha do Vouga. Estamos a caminhar para mais de 100 destinos diferentes. É uma enorme centralidade que Aveiro exigia. A estação de alta velocidade que iremos ter aqui dentro de alguns anos, não muitos, permitirá a ligação de Aveiro ao Porto, a Vigo ou a Lisboa em menos de metade do tempo. Não estamos a falar de sonhos, mas de projetos execução e financiamento do 2030, a executar ao longo desta década e por volta de 2026 muitos investimentos estarão no terreno” – António Laranjo, Infraestruturas de Portugal.
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