A esfera em ferro de duas toneladas e quatro metros de diâmetro construída por Rui Chafes já está a despertar curiosidade na rotunda das ‘pontes’ do canal central de Aveiro, após ter sido colocada no interior, esta manhã, numa operação sem surpresas. O nome posto ao elemento escultórico pelo autor só será desvendado na inauguração a 10 de junho. Uma encomenda municipal que custou 350 mil euros, enquadrada no âmbito da requalificação da praça jardim do Rossio e Rua João Mendonça.
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“Foi o elemento de obra de arte que nós quisemos que ficasse a marcar a nossa vida como Capital Portuguesa da Cultura no dia em que comemoramos Portugal, com um trabalho de um escultor de referência internacional. Para nós é um gosto e um privilégio ter uma obra sua num sítio que é ele próprio em termos urbanos, seja para quem reside seja para os turistas, um lugar central de referência “, disse Ribau Esteves, antes de uma visita guiada para a comunicação social que contou com o autor e o arquiteto Nuno Mateus, que desenhou a renovação do Rossio.
“Presença igualmente sóbria e marcante” – Ribau Esteves
“Uma peça com beleza e elegância que entendo que tem, sendo que as obras de arte ficam ao arbítrio da avaliação de cada um, de formas tão diversas. Mas era isto que queríamos, que o ganho de qualidade urbano das pontes recebesse uma obra marcante, também de noite, pois joga com o trabalho de luz. Com esta presença igualmente sóbria e marcante bem integrada no conjunto da operação de qualificação urbana que aqui fica. Pode ser contemplada nas plataformas envolventes e obviamente no passeio do moliceiro, é mais um atrativo, de onde se vê de forma diferente. Estamos muito felizes”, acrescentou o edil, esclarecendo que as primeiras imagens da maquete divulgadas pela autarquia “eram uma simulação, que tinha a volumetria mas sem os pormenores”. De resto, “os rasgos que estavam lá eram meros exercícios. No resto, as volumetrias e a relação com as ‘pontes’ é aquilo”.
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“É um grande privilégio ter feito esta obra num espaço de raiz e que vive nessa membrana entre dois mundos” – Rui Chafes
“Achei muito interessante esta passagem entre o mundo exterior e interior, luz e escuridão, água e ar. Percebi que a obra arte teria de funcionar como membrana visual entre o espaço de baixo e de cima”, recordou Rui Chafes sobre o início do processo que levou a vários ensaios até à obra pública agora relevada. “Da parte mais baixa só se pressente que está ali uma forma, se quisermos ver temos de nos aproximar ou apanhar um moliceiro. É um grande privilégio ter feito esta obra em trabalho de equipa, num espaço de raiz e que vive nessa membrana entre dois mundos”, acrescentou, não antevendo algum handicap, por não ser adequado atravessar a rotunda para observar mais de perto ou obrigar a usar barco para apreciar a panorâmica inferior (ouvir declarações completas, abaixo).
Discurso direto
“Face ao trabalho global de reabilitação do Rossio, do estacionamento, desta grande operação urbana, vi este trabalho como uma consequência lógica desse grande trabalho no espaço público. Este é um lugar particularmente sensível, para mim o epicentro de Aveiro, , onde o grande canal passa. Quando passava por baixo, percebi claramente que havia potencial para um símbolo novo e uma abordagem a uma obra de arte em espaço público. Foi feito muito em simbiose com o Rui Chafes, como poderia ganhar corpo naquele lugar, foi-se transformando, mudando até se perceber a peça final, que agora não conseguimos separá-la do lugar, vê-la de moliceiro é uma experiência fantástica” – Nuno Mateus Arquiteto ARX Portugal.
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