Aveiro / EN 235: Residentes em Mamodeiro não abdicam de acesso direto na ‘Bica’

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Moradores residentes no sul do concelho de Aveiro confluíram para a EN 235, pelo meio dia, onde efetuaram uma ‘marcha lenta’ como forma de reivindicar uma “ligação direta” no chamado cruzamento da Bica, junto ao lugar de Mamodeiro, constestando “a travessia deslocada a sul”m junto ao acesso à A1, adoptada para as obras em curso.

“Quanto à mobilização das pessoas, à volta de uma centena de viaturas, entre carros e tratores agrícolas, achamos que correu bem, melhor do que esperávamos. Serviu para vincar o que temos vindo a reclamar. Agora ficamos à espera de quem tem de nos dar respostas, nomeadamente da parte do Governo, ou avançamos para outras formas de travar isto, que pode ser uma providência cautelar em tribunal”, afirmou Ângelo Costa, o porta voz do movimento informal que tem vindo a dar voz à contestação local.

A pretensão é antiga e já muitas vezes reclamada, mas não encontrou, até agora, eco junto da Infraestruturas de Portugal (IP), pelo contrário.

A população local contesta a alegada perigosidade de uma rotunda no cruzamento, devido ao desnível.“Um encarregado de obra disse-me a mim: ‘quantas rotundas temos feito em sítios piores do que este, é desculpa deles’, portanto temos razão no que dizemos”, afirmou Ângelo Costa, lembrando que ainda o falecido presidente da Junta de Freguesia, Antero Santos, garantiu sempre “uma rotunda neste cruzamento que é central para nós”.

Residentes na freguesia de Nossa Senhora de Fátima já tinham marcado presença na última Assembleia Municipal de Aveiro a renovar o apelo. Na altura, o presidente da Câmara, aquando dos esclarecimentos, não deu esperanças à pretensão.

Os residentes não se mostram convencidos com o acessos alternativos previstos, temendo que o fecho do cruzamento pode acontecer antes. “Se eu vier de Oiã para casa, tenho de fazer três quilómetros até ao café Neto. Não tem jeito nenhum. E os tractores agrícolas vão andar a congestionar o trânsito”, lamentou o porta voz.

O PS divulgou uma nota a recordar a posição assumida através do vereador Manuel Oliveira de Sousa para que “a requalificação em curso preserve o bem-estar, segurança e coesão social e territorial de Nossa Senhora de Fátima”, através de várias medidas a propor à IP.

O eleito socialista deslocou-se ao encontro dos contestatários para continuar a defender “a necessidade de uma rotunda no cruzamento da Bica”, entendendo que “qualquer saída em mão” na zona “só pode ser interpretada como desconhecimento ou desprezo total pela dinâmica da freguesia, da vida de quem ali vive, trabalha, circula”.

Nelson Peralta, deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, também compareceu em Mamodeiro, afirmando-se “contra a deslocalização” do cruzamento da Bica. Anunciou, a propósito, que o seu partido questionará o Governo sobre uma obra que “vai separar a povoação a meio e agravar as condições de segurança, particularmente de peões”.

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