Aveiro: Dois aviões anfíbios em Maceda “dão outro conforto” no combate a fogos florestais

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Comandante António Ribeiro (Proteção Civil Distrital de Aveiro).

A base aérea de Maceda, em Ovar, vai receber uma das novas ‘parelhas’ de aviões anfíbios no âmbito do dispositivo nacional de combate aos fogos florestais.

Uma informação adiantada pelo comandante operacional distrital de Aveiro da Proteção Civil, esta tarde, em conferência de imprensa destinada à apresentação do ‘Plano Operacional Distrital de Aveiro – Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais – POD DECIR 2020’.

“Embora sejam meios nacionais, para fazer todo o país, dá-nos outro conforto, havendo disponibilidade, pela rapidez de atuação e capacidade de extensão. É sempre bom tê-los por perto. A outra ‘parelha’ adicionada ficará localizada em Cernache, Coimbra”, referiu António Ribeiro, admitindo, também, que possam ser colocados na região drones anunciados pelo Governo para reforço de vigilância.

Vocacionados prioritariamente para o distrito, continuarão a estar disponíveis dois helicópteros ligeiros, a operar, como tem acontecido nos últimos anos, a partir de Vale de Cambra (em fase de contratação) e Águeda (disponível a 1 de junho).

A AFOCELCA, agrupamento complementar de empresas do grupo The Navigator Company e do grupo ALTRI, têm um terceiro helicóptero disponível para apoiar o combate de fogos nos seus terrenos florestais da região.

No distrito, detetado um incêndio florestal, haverá o despacho imediato de um meio aéreo (ou os dois em caso de freguesias de maior risco), sempre que possível, para atuar no “ataque inicial durante o dia”, levando uma equipa de GIPS da GNR. Ao mesmo tempo, sairá um ‘carro de ataque a incêndio’ dos três corpos de bombeiros mais próximos, atuando “em triangulação”.

Sobre o dispositivo especial, o comandante distrital adiantou que “não há grande variação relativamente ao ano passado”, que teve um início de mês de setembro muito problemático, aquando dos vários fogos florestais que lavraram nos concelhos de Albergaria-A-Velha e Águeda, alcançando perímetros urbanos, consuminado cerca de dois mil hectares de florestal (o total no distrito foi de 2.909 hectares).

Nos meses de maior risco de incêndio florestal, estarão disponíveis 380 bombeiros, em permanência. As corporações garantem os efetivos “maioriatriamente” graças a voluntários, que têm uma remuneração estatal para tomar parte nas equipas permanentes.

No distrito, existem cerca de 2 mil bombeiros.

Não são esperadas falhas de meios humanos devido à mobilização de pessoal para apoio a serviços relacionados com a pandemia do Covid-19, estes últimos, normalmente, prestados pelo bombeiros profissionais.

Ainda quanto às contingências do problema de saúde pública, está em elaboração, ao nível do comando nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), um conjunto de procedimentos a ter em conta durante a fase mais propícia de incêndios florestais, acautelando o distanciamento e riscos não propriamente de tarefas relacionadas com o combate no terreno, mas de outras em que se recomendam equipamentos de proteção individual nas deslocações ou nos serviços de apoio, como é o exemplo das zonas de alimentação. No essencial, serão seguidas as recomendações normais da autoridade de saúde.

Já as corporações, nos seus quartéis, ao abrigo dos seus planos de contingência, vão criar espaços diferenciados para os soldados da paz directamente envolvidos no dispositivo de fogos e os restantes que possam estar relacionados com serviços do Covid-19.

“Felizmente, o número de transporte de pessoas com suspeitas de estarem infetados decaiu muito, nada a ver com os serviços prestados na segunda quinzena de março”, disse António Ribeiro.

Discurso direto

“Alargaram-se os prazos para limpeza das zonas florestais até final maio. Mesmo com a chuva, quanto maior a limpeza, menos o risco de incêndio. Temos de incentivar a limpeza, principalmente nas freguesias prioritárias”.

Meios do dispositivo distrital

15 equipas de combate, 10 veículos tanque;
227 efetivos diários a partir de 15 de maio;
294 diários efetivos em junho;
380 diários na fase 4, de 1 de julho a 30 de setembro, a mais crítica;
14 postos de vigia (dois já ativados este mês, no Arestal – Sever do Vouga e Moínho do Pisco – Anadia);
12 equipas / 59 elementos do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas + equipa de vigilantes na Reserva de São Jacinto e sapadores florestais na Mata do Buçaco + máquina de rasto;
12 equipas de sapadores em 19 concelhos com 59 elementos.

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