É uma das novidades mais comentadas nos últimos tempos nos meios ligados à doçaria tradicional aveirense. Rui Ferreira, 54 anos, um dos antigos donos da Confeitaria Peixinho, que herdou da família, está de volta à atividade.
“Depois de vender a anterior sociedade, pensei que gostava de apostar em algo meu e trabalhar com a mesma dedicação e profissionalismo. Não podia continuar sem fazer nada e aqui estamos”, contou o doceiro ainda envolvido nos preparativos da inauguração agendada para este sábado, à tarde, da confeitaria que, não por acaso, foi batizada como ‘Amor À Tradição’ (Rua Dr. Nascimento Leitão, 24).
“A verdade é que tenho amor por esta arte. Aprendi com a minha falecida mãe, ela é que fazia os ovos moles. Colocava um tijolo para chegar à mesa e ajudava os grandes mestres e as doceiras que passaram lá por casa. Não conheço outra maneira, faço o que é tradicional”, explicou com as mãos de volta das massas que hão-de rechear de doçaria as vitrines.
Para além de ovos moles, o cardápio incluirá pão de ló, bolo rei tradicional, castanhas de ovos, fios de ovos e, basicamente, “tudo que sejam especialidades” de Aveiro. Está prometido, e é para cumprir, fazer regressar os bolos folhados e encanastrados, que eram muito apreciados na Peixinho.
Depois de “fazer a tropa”, Rui Ferreira, seguiu o ramo dos pais e de outros familiares seus, tornando-se pasteleiro profissional, sempre na ‘retaguarda’ da Peixinho, também conhecida por ‘casa Costeira’.
A “orientação” definida com a esposa, também doceira, para a nova confeitaria “é não trabalhar muito virado para o turismo, mas para as pessoas daqui e dos arredores que gostam da nossa doçaria”.
Quando ia “soltando a língua” a confessar “o sonho” aos amigos e próximos de abrir uma casa própria recebeu “muita força”. Alguns contratempos burocráticos e exigências na ligação das infraestruturas obrigaram a um compasso de espera.
“As pessoas que sabiam disto estavam ansiosas por voltarmos, agora é chegado o dia e estamos muito empenhados em agradar”, contou. O que ajuda a ter confiança, depois do “grande investimento” feito e “ganhar força” para trabalhar todos os sete dias da semana.
Ouça o áudio com mais declarações de Rui Ferreira