Aveiro: Deslocalização do ‘soldado desconhecido’ é operação “complexa” e pode ter surpresas

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Obras na Avenida Lourenço Peixinho (LP Drone).

A deslocalização do monumento aos mortos da ‘Grande Guerra’ existente na Avenida Lourenço Peixinho, em Aveiro, para as proximidades do edifício da antiga biblioteca municipal, está a revelar-se “mais complexa” do que era previsto, por razões técnicas.

Apesar disso, a Câmara mantém a pretensão assumida no projeto de requalificação da principal artéria citadina, até porque a empreitada já em curso na zona em causa irá acabar com o separador central.

Na reunião pública do executivo, esta quinta-feira à tarde, o vereador Manuel Oliveira de Sousa, do PS, alertou para a possibilidade de existir no interior do monumento “um pequeno sarcófago” com ossadas de antigos militares mortos em combate.

A informação tem sido referida em testemunhos “orais” mas carece de confirmação documental. “É um assunto de alguma delicadeza, para a memória dos aveirenses”, alertou o eleito socialista, pedindo que o assunto seja averiguado e, em caso de confirmada, preservada, de alguma forma, a referência.

O presidente da Câmara disse que “nunca ouvi tal” em relação à existência de um ossário. É só mais um aspeto que torna a mudança de local do momento “uma obra complicada e mais demorada” do que estava previsto, estendendo-se para 2021. Além do mais, porque não existe em arquivo o projeto do monumento inaugurado em 1936.

O empreiteiro da avenida contratou uma empresa para os trabalhos de deslocalização, da qual fazem parte especialistas italianos, que irão deslocar-se a Aveiro. “A equipa vai ser alertada”, assegurou Ribau Esteves.

De resto, a operação de desmontagem, que terá de ser feita e terminada com bom tempo, irá permitir aprender mais sobre a estrutura e construção do monumento, tendo sido já apurado que a figura do soldado “não é maciça”, o que tem “a vantagem de ser muito menos pesado, mas mais frágil”. Mantém-se o objetivo de fazer a “transposição tal e qual”.

Noutro aspeto, o vereador Manuel Oliveira de Sousa voltou a colocar reticências à necessidade da mudança, atendendo a que a requalificação na zona em causa, junto à antiga capitania funcionará também como praça. “Pretende-se aproximar o monumento das pessoas, mas ficar onde está não seria o mais adequado?”, questionou.

Ribau Esteves lembrou que a “nova estrutura da avenida deixa de ter separador central onde está o monumento”, reafirmando que o novo local será “propício a uma ambiência de proximidade e convite à fruição, em zona pedonal, o não temos hoje”.

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