Aveiro / “Declaração de voto”: Novo período de confinamento / eleições presidenciais

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Edifício sede da Assembleia Municipal de Aveiro.

“Declaração de voto” – Espaço de opinião semanal das bancadas dos partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro.

  • Aveiro e o novo período de confinamento / As eleições presidenciais.

“Os números em Portugal exigem de todos nós um cuidado redobrado. Pede-se Povo Português que seja responsável e comprometido com a Saúde de Todos! Falamos de um grave e sério problema, a capacidade das unidades hospitalares encontra-se em risco de colapso, o que não poderá ser negligenciado. Exige-se a imposição de medidas sérias e rigorosas, mas sobretudo exige-se uma tomada de consciência da importância da responsabilidade individual neste combate. As medidas impostas pelo Governo, não se afiguram suficientes, nem tão pouco justas para todos os setores de atividade. Não se consegue perceber os critérios que ajudaram a definir quais os setores que poderiam laborar e os que veem a sua atividade suspensa de forma abrupta. Mantemos as Escolas abertas, mas fechamos cabeleireiros, onde todas as medidas são cumpridas escrupulosamente.
Impõe-se repensar as medidas e procurar não fustigar mais o pequeno comércio de bens não essenciais e a restauração. Quanto ao apoio local, realçar a importância do trabalho desenvolvido pelo Município de Aveiro, em equipa com todas as Entidades Públicas e Privadas prestadoras de serviços públicas essenciais, com as Juntas de Freguesia, na execução da cooperação institucional definida nos Protocolos de Delegação de Competências, assim como com as Empresas Privadas.
Salientando ainda o empenho municipal, na organização do ato eleitoral, para que no próximo domingo, os aveirenses, consigam exercer o seu direito, de forma segura e pacífica. Porque mais do que nunca, o País precisa de viver a Democracia, escolhendo o seu/a sua Presidente e assumir-se como uma República soberana, empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.” – Catarina Barreto (PSD)

“Desejámos não ter de aqui regressar. Este re-confinamento reforça a necessidade agirmos em função do coletivo. Se não houver outra forma de sermos solidários, que o sejamos na proteção da segurança do outro, recatando-nos. A nível da autarquia, não basta esperar que passe para voltar a fazer tudo igual, ou continuar a fazer mais do mesmo, enquanto se agravaram muitas dimensões da vida das pessoas e das instituições. A resiliência depende da capacidade de adaptar objetivos, recursos, competências e procedimentos. E, porque a ação é política e é pública, exige-se que seja transparente e concertada, evitando enviesamentos na perceção das necessidades e na captura dos auxílios. É devida uma atenção especial aos setores que não tiveram alívio entre confinamentos – saúde e solidariedade social, cultura, educação, transportes, turismo, restauração e similares – e às famílias nos limiares de sobrevivência e de exclusão social. Neste contexto difícil, chega também o apelo do exercício democrático. Votar, por direito, mas, neste caso, também como forma de resistência à emergência de esquisitas e perigosas formas de fazer política, assentes na negação de muitos dos valores conquistados com a liberdade de Abril.” – Fernando Nogueira (PS)

“A evolução dos casos de COVID-19 em Portugal está a colocar em causa a capacidade resposta do SNS, daí o facto de o Governo ter decretado um conjunto de medidas mais restritivas das liberdades individuais, tentando por essa via fazer com que o número de contactos seja reduzido e, como consequência, o número de infecções diminua igualmente.
Mais do que as restrições que nos são impostas, descontando as inúmeras excepções que a lei contempla, importa que o comportamento individual seja aquele que leva a um risco mínimo de propagação.
É duro, mas é a única solução para se ultrapassar esta fase em que a imunidade de grupo ainda está longe de ser alcançada.
As consequências que podemos esperar são aquelas que infelizmente já conhecemos, com a diminuição significativa da actividade económica em alguns sectores, sectores esses em que a maioria das empresas são de dimensão muito pequena e, muitas das vezes, são uma estrutura familiar.
As medidas de apoio anunciadas pelo Governo, a quem compete em primeira linha colocar em funcionamento estes mecanismos, ajudam a diminuir os problemas económico-financeiros das empresas, mas não os resolvem, pelo que devemos esperar mais desemprego e encerramento de empresas e novas dificuldades em muitas famílias. As autarquias continuarão a prestar outro tipo de auxílio, complementar, como já ocorreu ao longo de 2020.
Relativamente às eleições presidenciais, que acontecem durante este período de confinamento, deveriam ter sido adiadas há muitos meses. A existência de uma segunda vaga da pandemia já era tida como certa há muitos meses e o quadro legislativo deveria ter sido alterado de modo a poder contemplar esta situação. Não o tendo sido, assistimos agora a comícios, jantares e ajuntamentos que vão contra tudo aquilo que é imposto ao cidadão comum, o que é um absurdo.” – Jorge Greno (CDS)

“O agravamento dos números da pandemia impôs um novo confinamento e está a colocar o SNS sob ainda mais pressão. A realidade do distrito é a realidade do país: os hospitais do distrito estão a 90% da sua capacidade e no Baixo-Vouga todas as camas de cuidados intensivos estão ocupadas.
Neste contexto, a obstinação do governo em não acionar a requisição civil do setor privado de saúde é cada vez mais injustificada. É inaceitável que se esteja a impor restrições tão duras a muitos setores da economia, enquanto se salvaguardam os lucros dos privados da saúde. Não temos tempo a perder a regatear contrapartidas, a requisição dos privados deve ser imediatamente imposta.
O governo não preparou devidamente a resposta. Portugal é dos países da zona euro que menos gasta para combater a crise. A contratação de mais meios para reforçar a resposta dos serviços públicos é insuficiente e os apoios à economia e ao emprego tardam – há trabalhadores que aguardam desde março pelos apoios. São precisas alterações estruturais no reforço do SNS e nos apoios a quem está em emergência social. O país não aguenta mais respostas ‘pela margem’.
É à luz da atual crise e de insuficiente resposta que a afirmação de uma candidatura como a de Marisa Matias se torna fundamental. O país precisa de uma chefe de estado que se coloca ao lado dos trabalhadores e dos serviços públicos.” – João Moniz (BE)

“O PCP considera que: a situação sanitária agravou-se significativamente; a evolução da situação social é extremamente preocupante, afectando grandemente os idosos, os doentes crónicos e as pessoas com deficiência; o crescimento acelerado do desemprego e de situações de pobreza e exclusão social; a evolução da situação económica é igualmente dramática, afectando gravemente as micro, pequenas e médias empresas, bem como o sector da cultura e dos seus agentes. Perante esta análise, o PCP votou contra a declaração do Estado de Emergência (EM) por esta não responder às prioridades que se colocam ao País e por não ter em conta que essas medidas restritivas vão aplicar-se num cenário nacional mais dramático do que era em Março de 2020.
As prioridades que se colocam, para fazer frente à crise sanitária e socioeconómica, é o reforço imediato do SNS e da sua capacidade de resposta que está a atingir a sua saturação; reforço do apoio e protecção à população mais vulnerável; a extensão dos apoios à actividade económica e cultural. Todas estas medidas urgentes não resultam nem dependem da declaração do EM e poderão mesmo ficar esquecidas ou secundarizadas com a opção pelo agravamento das restrições.
Tem sido consensual por vários sectores e a população que ao longo dos debates e campanha eleitoral, o candidato João Ferreira tem sido o mais conhecedor e defensor da Constituição e dos seus valores, o mais bem preparado e fazedor de uma campanha limpa, abrangente, democrática e sem demagogias ou populismos de sarjeta. Apelamos por isso ao voto no dia 24, para que haja um Presidente da República que cumpre e faz cumprir a Constituição da República Portuguesa.” – David Silva (PCP)

“Infelizmente, estamos a chegar a um ponto de ruptura nos nossos hospitais. Passámos de um país exemplo no início da pandemia, ao país do mundo com mais casos de infecções diárias por milhão de habitantes e isto não é coisa de somenos importância, pelos óbitos a lamentar e pela sobrecarga que acarreta para os nossos hospitais e profissionais de saúde. É importantíssimo que cada um de nós tome medidas preventivas e responsáveis de modo a evitar o contágio,
O actual período de confinamento leva a um novo encerramento de diversos sectores, sendo expectável que muitas empresas, restaurantes, por exemplo, possam vir a sentir dificuldade em manter as suas portas abertas, com o consequente desemprego e dificuldades acrescidas para as famílias. Preocupa-nos também o número crescente de pessoas sem abrigo, facto a que o concelho de Aveiro não é alheio. Localmente a Câmara Municipal deverá ter isto em linha de conta, consideramos os apoios previstos insuficientes face à realidade actual. Voltamos a repetir: temos pessoas a viver na rua em Aveiro que solicitaram ajuda aos serviços competentes e continuam sem uma solução por parte dos mesmos há vários meses.
Esta campanha às presidenciais fica manchada desde logo pelo insulto e pela pobre abrangência dos temas discutidos. Espero que o elevado número de pessoas que optaram pelo voto antecipado seja indicador de uma mobilização às urnas no próximo dia 24. Hoje é premente o apelo à tolerância, ao entendimento e à paz; os discursos de ódio divisionista não deverão ser premiados num país democrático.” – Marta Dutra (PAN).

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