Aveiro / “Declaração de voto”: Administração do CHBV

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Edifício sede da Assembleia Municipal de Aveiro.
Natalim3

“Declaração de voto” – Espaço de opinião semanal das bancadas dos partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro.

  • O Governo reconduziu a presidente do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), Margarida França. Justifica-se a confiança? Quais as prioridades que devem orientar a gestão da unidade =

“A bancada do PSD da Assembleia Municipal não se manifesta nem agora nem nunca sobre nomeações em nome pessoal, o que temos a dizer sobre o trabalho do CA do CHBV nestes 3 anos é que ele foi francamente positivo principalmente como encarou a pandemia e a forma como dia a dia se foi adaptando a esta coisa nova que ninguém conhecia.
Ao mesmo tempo foi feito investimentos no CHBV não só nas estruturas mas também nos Recursos Humanos.
Por isso e tendo em conta a evolução que o CHBV enquanto Instituição de Saude está a ter apraz-nos reconhecer como boa e ajustada a recondução do CA numa equipa que se renova para melhor, em capacidade e conhecimento do meio.
Apraz-nos também relevar as palavras da Presidente do CA, Dra. Margarida França que definiu como linha de acção para os próximos 3 anos a requalificação/expansão do CHBV em todo o seu projecto”. – Manuel Prior (PSD)

“Não faria sentido proceder à substituição de um órgão de gestão de uma unidade hospitalar que respondeu de forma muito capaz às exigências impostas pela pandemia que ainda nos assola. Nessa perspetiva, justifica-se que Margarida França prossiga nas funções de liderança do Conselho de Administração do CHBV por mais 3 anos.
Do mandato cessante, o balanço apresenta aspetos muito positivos, dos quais destaco:
– a forma como todos os profissionais do CHBV conseguiram responder à situação pandémica que ainda nos assola, se atendermos sobretudo ao acréscimo de solicitações e às condições em que o fizeram.
– o passo que foi dado na ampliação do Serviço de Medicina Intensiva (SMI) – neste momento já em curso e com conclusão prevista para o ano de 2021. A concretização desta obra revela-se fundamental para capacitar o CHBV de mais e melhores condições no âmbito da Medicina Intensiva, quer para responder a prestação de cuidados de âmbito regular, quer para, se necessário, responder a novas vagas pandémicas que venham a existir sem afetar o normal funcionamento de outros serviços do CHBV, em particular do serviço de Urgência.
Porém, importa não esquecer que atendendo à sua área de influência populacional, o CHBV (com as suas unidades de Aveiro, Águeda e Estarreja) padece de lacunas que limitam a capacidade e qualidade de resposta às populações que carecem de prestação de cuidados de saúde hospitalares. Para responder a estas limitações, está prevista a implementação do projeto de Expansão e Requalificação do CHBV, ao qual se encontra associada a edificação de um Centro Académico Clínico em parceria com a Universidade de Aveiro e com outras Unidades Hospitalares (cuja constituição formal foi recentemente publicada em Diário da República). Se podemos considerar que a implantação do Centro Académico Clínico é desígnio estruturante em termos de saúde para as entidades que o integram e para a região de Aveiro, não será menos verdade considerar que a Expansão e Requalificação do CHBV é essencial para alavancar este processo, mas sobretudo para dotar o CHBV de condições estruturais capazes de permitir o salto qualitativo que o CHBV há tanto anseia.
O próximo mandato assume assim um caráter decisivo para recuperar o tempo perdido e para colocar definitivamente o projeto na rota dos fundos estruturais 2020-2027. Para que isso aconteça, é necessário que o CHBV assuma a liderança do projeto e se constitua como elemento central na prossecução das diligências necessárias para que o mesmo venha a ter sucesso, como o PS apoia e está determinado em prosseguir.” – Francisco Picado (PS)

“O exercício de funções de administração numa empresa, seja ela pública ou privada, está sempre dependente da confiança dos titulares da propriedade, accionistas ou Estado, sendo a avaliação do desempenho dos administradores efectuada, normalmente, no final do respectivo mandato.
Quando os mandatos são renovados, a leitura que se pode fazer da decisão do accionista é que os objectivos foram cumpridos e os administradores têm capacidade para continuar com a missão para a qual foram mandatados e que existe confiança mútua para tal.
Raciocínio equivalente é o que se pode fazer quando um mandato não é renovado e não é conhecida qualquer renúncia por parte dos administradores que cessam funções, o que certamente significará insatisfação ou falta de confiança do accionista para com os administradores cessantes.
Relativamente à relação do CHBV com Aveiro e com a região, é visível que há uma visão comum para o futuro deste conjunto de unidades hospitalares esperando-se que o Governo tome as decisões que se impõem para o início do processo de ampliação e requalificação do Hospital Infante D. Pedro.
Esta ampliação e requalificação irá permitir que Aveiro passe a dispor de todas as especialidades clínicas de que injustificadamente não dispõe neste momento, e que o ensino e a investigação das ciências da saúde passem a ter em Aveiro um polo importante, sendo o nosso desejo, comum a todos os aveirenses, que a nova administração tenha a força e a perseverança necessária para conseguir cumprir com este desejo e necessidade”. – Jorge Greno (CDS)

“O futuro do CHBV passa irremediavelmente pela sua expansão e requalificação. O CHBV serve uma vasta população e atualmente não consegue garantir uma resposta adequada às necessidades sentidas. Sem sequer mencionar a enorme pressão que a crise sanitária tem exercido no SNS, a realidade demográfica vivida na região, com uma população em crescimento, impõe a ampliação deste equipamento.
Neste momento, no hospital de Aveiro, os tempos de espera para consultas, em muitas especialidades, encontram-se bastante acima dos tempos máximos definidos por lei: inadmissível para um serviço público que tem de ser acessível. Para anestesiologia (para situações normais) é de 395 dias; dermatovenereologia é 349 dias; endocrinologia é 443 dias; gastrenterologia é 538 dias; oftalmologia é 360 dias; e urologia é 398 dias.
Assim, são necessárias mais valências no hospital e mais blocos operatórios. É preciso aumentar a capacidade de internamento e de realização de consultas externas. É necessário formar mais profissionais, em particular médicos especialistas. E é igualmente necessário aumentar o orçamento dos hospitais e a autonomia de contratação para que estes tempos de espera sejam fortemente reduzidos.” – João Moniz (BE)

“Para o PCP, o fundamental da questão reside na promoção de políticas públicas de qualidade e inclusivas e na gestão rigorosa das instituições e serviços públicos, e não na discussão entre nomes e figuras presentes ou hipotéticas que ocupam ou ocupariam os cargos de gestão administrativa do CHBV. O que realmente importa para os aveirenses e as populações de Águeda e Estarreja é que o CHBV responda ao acesso universal e gratuito aos cuidados de saúde em tempo útil e com valências mais diversificadas.
O PCP durante a fase de consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência defendeu que o investimento público para a obra de ampliação do Hospital de Aveiro deveria ter sido previsto e incluído neste financiamento estratégico, antevendo-se que a constituição de novas valências para o CHBV será gravemente comprometida. O Governo PS não considerou prioritário este investimento essencial e fulcral para o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do Centro Académico Clínico na região do Baixo Vouga, mesmo quando se soube no início deste ano de que o CHBV teve de adiar mais de 13 mil consultas e 1700 cirurgias devido à pandemia COVID-19.
O PCP considera que se perdeu uma oportunidade única de qualificar e ampliar o Hospital Infante D. Pedro e de reforçar o posicionamento da região de Aveiro no mapa da Investigação, Desenvolvimento, Inovação e Ensino na área da saúde, permitindo ao mesmo tempo o crescimento da própria Universidade de Aveiro. Nesta área, o PCP apresentou um conjunto de medidas e propostas aprovadas no ano passado que visaram o reforço da capacidade de resposta do SNS e da sua dignificação, nomeadamente na contratação e fixação de mais profissionais de saúde para combater o decréscimo de efectivos e reduzir o impacto do aumento de baixas médicas provocadas pela pandemia, o alargamento do número de camas de cuidados intensivos, a criação de uma reserva estratégica de medicamentos e dispositivos, entre outras.” – David Silva (PCP)

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