Aveiro / Comércio local: Portas fechadas com muitas dúvidas por esclarecer

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Comércio (Aveiro).
Natalim3

“Sem ouvidos a medir, com gente a ligar de todos os sítios”. Tem sido assim o final da semana para Jorge Silva, presidente da Associação Comercial de Aveiro (ACA), solicitado constantemente para esclarecimentos legais dos associados.

“Os sectores que fecharam são os que menos afectam, curiosamente. Dá a sensação que as pessoas infetam-se nos cabeleireiros ou quando vai comprar roupa e um par de sapatos. Devem estar aí os focos”, ironiza.

O modelo do segundo confinamento decretado pelo Governo para travar o contágio de Covid-19 revela-se na prática “confuso” ao permitir “muitas exceções”.

E com muito ainda por clarificar quando se procura saber como aceder aos apoios estatais previstas, no tocante às regras para recorrer a lay off’s por exemplo. “Primeiro decreta-se e depois ficamos à espera de saber como vão fazer as coisas”, lamenta Jorge Silva, estranhando “a falta de organização” que deveria estar menos patente depois da experiência do primeiro confinamento. Um exemplo, o programa ‘Apoiar’ tem beneficiários que ainda não acederam às ajudas e agora não sabem se podem voltar a concorrer. “As pessoas gostavam de estar minimamente esclarecidas nesta altura”, pede o presidente da ACA.

Trabalhar ao postigo e vender online são alternativas de recurso, não eliminando “o sacrifício brutal colocado em algumas das atividades afectadas” quando ainda não tinham recuperado do primeiro fechar de portas forçado. Apesar da “grande resilência” do comércio de proximidade, atendendo a que são pessoas que “não têm a mais que se agarrar do que aquele negócio”.

“As medidas são muito idênticas, mas cometem-se os mesmos erros da primeira vez, não se aprendeu com a experiência de 10 meses. Devia estar tudo devidamente preparado e só depois arrancar com o confinamento”, insiste Jorge Silva.

Os estabelecimentos têm contado com ajuda dos senhorios, mesmo nos centros comerciais.

Algumas zonas da cidade, que estão em obras profundas, como a Avenida Lourenço Peixinho, ficam penalizados a dobrar.

A autarquia aveirense retoma esta mês um leque alargado de benefícios, sob a forma de isenções de taxas e mesmo não cobrança de rendas em espaços públicos.

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