“Munícipes incomodados é sinal que as obras se estão a fazer a fazer”. Ribau Esteves prefere ver pela positiva as queixas que vão surgindo devido a trabalhos a decorrerem em vários pontos do concelho.
Os reparos do PS na reunião de Câmara pública, esta quinta-feira, levaram o edil a lembrar quando recebia “comitivas de residentes” junto da agora designada Avenida Europa (ex-EN 109) “a protestarem” por falta de obras que, entretanto, foram sendo executadas.
A pretexto da tomada de posição dos socialistas, apontando incómodos e atrasos, seguiu-se um ponto de situação abreviado.
A reabilitação da Rua da Pega, que passa junto ao campus da Universidade, “vai ter dois meses mais” de obra para além do prazo, dentro da lei, devido a uma prorrogação “graciosa” a pedido do empreiteiro. Vai terminar, assim, ao fim de 16 meses (fevereiro). Uma intervenção “muito complexa”, que teve implicações para os moradores, mas que está a correr “de forma impecável”.
A remodelação da antiga estação da CP vai acabar com “20% a mais no prazo inicial”, em grande medida devido “a um incidente grave” que resultou da falência do empreiteiro, tendo a tarefa sido assumida “pelo consultor técnico, pela sua empresa própria”. Fevereiro é agora o mês apontado para dar os trabalhos por concluídos na renovação do edifício histórico que obrigou a cuidados especiais de requalificação, a nível estrutural e da fachada de azulejos. “Vai ficar uma excelente obra”, garantiu Ribau Esteves, salientando a criação “de espaços úteis” para atividades diversas económicas e sociais.
Ainda na estação, o novo parque de estacionamento nascente “vai acabar” também com uma prorrogação de prazo idêntica, “devidamente justificada”. A obra está, no essencial, “terminada”, falta sinalética horizontal, a entrega de equipamentos de apoio encomendados para o parque de autocaravanas e o sistema de gestão de estacionamento.
Já quanto a investimentos rodoviários, a estrada de Verdemilho, com acesso à escola, tem enfrentado problemas que atrasaram a pavimentação final.
Nos Ervideiros, “tem sido uma obra muito difícil de desenvolver”, com o concurso que motivou reclamação, sem razão, tendo sido valida a adjudicação camarária. “Na próxima semana vamos ver o empreiteira a arrancar com a obra, do lado da Rua da Paz”, anunciou Ribau Esteves, lembrando que a intervenção “será compatibilizada com a obra da Rua João Casal”, que vai levar mais dois meses. Uma via “fundamental” na circulação que serve a zona industrial de Taboeira.
Na zona das Glicínias (junto à passagem superior), avança mais uma fase das contrapartidas viárias pela ampliação do centro comercial, depois de vários meses de preparação e licenciamento demorado junto de entidades responsáveis. “É uma obra para a Câmara, que está entregue ao empreiteiro escolhido pela Vougainveste. Tem apenas um problema grave: devia ter ficado pronta em 2003, 2004. Ficou inacabada na altura”, lembrou o presidente acreditando que será possível “melhorar a segurança e fluidez rodoviária do tráfego que é muito intenso naquela zona”.
Discurso direto
“O presidente falou de tudo, de obras, alcatrão, e esqueceu-se das pessoas. É o mais importante para que isto funcione. O que vive e sente. O transtorno é necessário mas em justa medida para que tenhamos qualidade de vida, a preocupação com os detalhes, com o acesso das pessoas ao seu emprego, à oferta cultural ou ter serviços mais próximos” – Manuel Oliveira de Sousa, vereador do PS.
“Tudo isto é feito por causa das pessoas e para as pessoas. Estamos a resolver o pior ponto negro do nosso município, a nova rotunda do Solar das Estátuas. A obra é por causa de quem ? É por causa das pessoas, que tinham ali problemas. Não é para os carros. O investimento brutal nas escolas é para ficarem mais bonitas ? Não, é para as pessoas, para terem qualidade. Não esquecemos as pessoas, isso é demagogia. As pessoas concordam todas com as obras ? Não, é a democracia ” – Ribau Esteves, presidente da Câmara.
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