A presidente da Câmara de Aveiro apresenta, esta quarta-feira, dois “protestos” junto de entidades desconcentradas do Estado. As queixas vão ser dirigidas ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), em ambos os casos por insatisfação da autarquia para com decisões tomadas.
Isso mesmo anunciou o presidente da edilidade, Ribau Esteves, ao intervir na Assembleia Municipal (AM) realizada esta terça-feira, na resposta a questões colocadas por deputados no período destinado a analisar os últimos meses de gestão camarária.
No caso do ICNF, está relacionado com a ‘matilha’ de S. Jacinto, que motivou novo alerta, desta vez de António Nabais, vogal do PCP, residente naquela freguesia, questionando as medidas que estão a ser tomadas para retirar os cães selvagens.
Já a referência ao IHRU surgiu pelo deputado social democrata Manuel Prior, dando conta que foi distribuída uma carta pelos residentes nos bairros do Griné e Caião informando que estão para arrancar obras de reabilitação dos fogos de casas de renda social. O eleito estranhou que a intervenção de limite a dois blocos, nas zonas comuns, fachadas e escadas, o que “é diferente da requalificação das casas municipais”.
Em resposta ao reparo vindo da bancada do PSD, Ribau Esteves confirmou que teve acesso “ao tal panfleto” relativo à empreitada, mostrando-se, igualmente surpreendido, pelo que irá oficiar o IHRU dando conta do seu “protesto” por considerar “inaceitável” não avançar “a qualificação de forma completa” dos bairros do Griné e do Caião, em Santa Joana.
“Vir aqui fazer uma obrinha, gastar meio milhão de euros… Antes isso do que nada, mas não faz sentido. Tem de ter consciência que tem de meter mãos à obra, tem dinheiro nosso ao dispor”, disse o edil, relembrando que tratam-se de bairros “com problemas gravíssimos dentro e fora”, sendo que “a qualidade de dentro é um tanto mais importante, por que as pessoas vivem dentro”. “Vamos tratar desta matéria e pressionar o IHRU a mudar de atitude”, acrescentou.
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Quanto à matilha de S. Jacinto, segue também um “protesto formal”, uma vez que Ribau Esteves disse não entender “a decisão absurda” de fechar os passadiços da Reserva Natural a visitantes alegando a presença dos cães.
O ICNF “tem guardas da natureza que têm de trabalhar, estar na Reserva, acompanhar os cidadãos que a visitam”, exigiu o presidente da Câmara, insatisfeito com a forma como tem sido “amplificado o problema”. “Fechávamos a praia por causa de seis cães ? Fechávamos S. Jacinto”, questionou, considerando a interdição do acesso aos visitantes pelos passadiços “numa grande área como um absurdo ridículo”. “Vamos fazer um protesto formal, é inadmissível que um instituto que tem recursos humanos e responsabilidade gestão, por causa de meia dúzia de cães, quando devia tomar medidas que não quer tomar, feche a reserva. O ridículo tomou parte desta decisão inadmissível. É das atitudes mais absurdas que vi tomar”, criticou. Para o edil também não é aceitável que “duas pessoas teimem em alimentar” a matilha (“um ato potencialmente criminoso”).
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