O presidente da Câmara de Aveiro reafirmou na última Assembleia Municipal que está aberto a negociar com o Porto de Aveiro a compra da antiga lota, avisando, contudo, que terá de ser por um preço muito inferior ao inicialmente apontado nas tentativas de venda (cerca de 10,5 milhões de euros).
“Em relação à antiga lota, chegou um Governo novo, vamos trabalhar, negociar. O Governo está em falta connosco todos, tomámos uma decisão, que eu trabalhei com a ex-ministra, sei bem que dentro do espírito da lei aquele terreno está dentro da descentralização, agora há interpretações novas, venham elas”, afirmou Ribau Esteves.
O assunto foi colocado pelo vogal independente Raul Martins, antigo presidente do Porto de Aveiro, lembrando que, no tempo em que exerceu funções, acordou a venda com a autarquia mas as dificuldades financeiras inviabilizaram o negócio. “É um ativo do Porto de Aveiro, nem sequer é jurisdição portuária. A Câmara tem a obrigação de pagar por um preço legítimo”, disse o deputado.
Ribau Esteves mostrou-se confiante. “Vamos discutir, estou à vontade porque fiz uma proposta de compra daquele parcela antes de haver sequer descentralização. Reduzimos brutalmente a capacidade construtiva, era um absurdo total. Estamos tranquilos”, referiu lamentando o “miserável estado” dos terrenos transformados em “lixeira no centro da cidade”.
O presidente da edilidade voltou a avisar que o preço da antiga lota tem de ser revista muito para baixo. “É domínio privativo do Porto de Aveiro. Se precisa de dinheiro, peçam ao Centeno. A Câmara de Aveiro não é financiadora, mas vamos lá negociar”, disse.
Comparticipação para requalificar zona industrial de Taboeira garantida
O PS, através do deputado Fernando Nogueira, questionou a Câmara sobre o projeto de requalificação da zona industrial de Taboeira (Área de Atividades Económicas Aveiro Norte), nomeadamente quanto à utilização de três milhões de euros “que ficaram para o fim do Portugal 2020”.
Nos esclarecimentos, o edil lembrou que a intervenção municipal “está em fase múltipla”, com o projeto de execução a ser submetido a Estudo de Impacte Ambiental (EIA), um investimento de 190 mil euros, “abrangendo a zona a ampliar, enraizada no que já temos, onde se farão operações de qualificação”.
“Não vale a pena iludir as pessoas”, pediu Ribau Esteves, antes de prosseguir o ponto de situação. Está adjudicada a recuperação da Rua João Casal (meio milhão de euros), a construção da rotunda junto da Lusovouga (400 mil euros), a rotunda do Solar das Estátuas (400 mil euros, consideradas “três peças fundamentais do eixo principal, que é a antiga 109”.
Em março, será lançado o concurso para a Rua dos Ervideiros, “uma das piores do município”, de quase dois milhões de euros, e “um arruamento novo”, do Retail Park ao nó do estádio.
Sobre os três milhões de euros de comparticipação “à espera”, o autarca mostrou-se descansado. “Temos tanta confiança nisso, que é muito mais o investimento que está em desenvolvimento”, afirmou.
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