As movimentações tendentes à futura urbanização dos terrenos da antiga lota, agora sob plena alçada municipal, já balizada pelas estruturas a criar (previstas no concurso de ideias e mantidas para fase seguinte, de elaboração do estudo urbanístico), despertaram uma grande ‘onda’ de curiosidade de empresas do ramo imobiliário e de serviços (hotelaria, restauração, comércio), ao ponto do presidente da Câmara já ter sido abordado por uma multinacional para adquirir ‘por grosso’ aquela língua de 11 hectares, o que foi posto de lado. A opção será, no que toca aos lotes a alienar, fazê-lo caso a caso, avançou Ribau Esteves.
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“Interessados temos com fartura, imensas abordagens. Vamos ver se surgem investidores”, disse o edil ao falar esta quarta-feira à tarde após uma nova apresentação da proposta vencedora do concurso de ideias, na sede da associação AVELA, num dos velhos edifícios de apoio da antiga lota, que não surgem na proposta como para manter. Mas à semelhança de várias outras observações, alertas e contributos vindos da assistência presente (dirigentes das coletividades náuticas, autarcas, ex-autarcas, entre outros), de tudo foi tirado nota pela Câmara e pela equipa de arquitetos, que vão tratar do estudo urbanístico, estando abertos a outras participações, ainda que num espaço de tempo “concentrado”, porque há datas a cumprir.
“Antes de chegarmos à versão final, vamos ter momentos desta natureza. Quando viermos apresentar a primeira versão do novo ‘desenho’, já vamos ter uma interação diferente, obviamente. Uma profundidade à abordagem à matéria que vai permitir o debate que hoje não fazia sentido termos, porque estamos no início e só temos muitas ideias, a Câmara, a equipa técnica e o gabinete de arquitetura. Foi curioso que uma boa parte são notas do que já temos nos nossos dois papeis. Vamos tomando decisões em cada etapa. O objetivo do cronograma é chegar ao fim de 2024 com este processo formalmente terminado”, adiantou Ribau Esteves, mantendo que na fase seguinte a Câmara irá definir a figura jurídica da operação seguinte, loteamento ou outra opção.
Tipo de marina prevista posta em causa por velejadores
Do público presente, o equipamento que motivou mais reservas foi a marina para veleiros, uma vez que o ‘esboço’ contraria o que é mais elementar para aquele tipo de infraestrutura, ainda para mais com um ‘desenho’ não adequado, tendo sido sugerido criar em alternativa um novo pontão semelhante ao atual, mas com todas as condições necessárias. Foi notada a ausência da ‘servidão’ que liga a zona dos pavilhões náuticos (a manter) a aquaculturas e palheiros onde se chega até de carro, bem como a falta de estacionamento eventualmente adequado a tantos equipamentos novos. A ‘carga’ urbana prevista também mereceu reparos. Das coletividades chegaram propostas para melhorar os equipamentos ali a localizar para a prática de modalidades náuticas.
“Estamos com uma solução muito equilibrada”, manteve Ribau Esteves sobre a “imagem” da urbanização “que parece massiva”, lembrando que a proposta fica a 10 ou 15% do que o Plano Diretor Municipal poderia permitir ao edificado. Poderão ser feitas alterações “relevantes, mas sem mudar a estrutura do projeto”, que avançará medida que for encontrado financiamento, ou seja por fases. Com prioridade às infraestruturas básicas, incluindo a subida de muros de proteção da ria, que têm uma estimativa de custos grosseira de 14 milhões de euros.
- 15.400 m2 para habitação multifamiliar (cinco blocos)
- 22.572 m2 para espaço público
- 2.250 metros quadrados (edifício antiga lota, a requalificar)
- 8.225 metros quadrados para o hotel
- 13.400 metros quadrados para ancoradouro de recreio
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