A cor avermelhada o cheiro intenso a enxofre que as águas do Rio Novo do Príncipe (Rio Vouga) apresentavam na zona de Sarrazola, freguesia de Cacia, concelho de Aveiro, a meio da semana, ficaram-se a dever a uma descarga de emergência de águas residuais urbanas efetuada pela Águas do Centro Litoral (AdCL) pela necessidade de realizar trabalhos numa conduta avariada.
“Confirmamos o encaminhamento do efluente tratado para a linha de água, devido a uma intervenção na conduta elevatória de rejeição final da estação elevatória EEIG1, em Sarrazola. Esta intervenção consistiu na substituição das válvulas da conduta e enquadra-se na política da AdCL de reabilitação dos seus ativos, designadamente através da implementação de soluções duradouras e que minimizem intervenções futuras, em prol do ambiente e da saúde e bem-estar da população”, refere um esclarecimento da empresa do Grupo ADP que gere a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Cacia .
A AdCL informou, na manhã do dia 21, quarta-feira, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que teria de proceder à descarga de efluente devido à necessidade de fazer uma “intervenção planeada” na conduta elevatória de rejeição final, que tornou necessário parar aquela instalação.
A empresa ressalva que se tratava “de água tratada na ETAR de Cacia e que é encaminhada para o oceano, através do emissário submarino” localizado ao largo de S. Jacinto.
“A coloração da mesma deve-se ao facto de encaminharmos, também, o efluente tratado da Celcacia, que pelas suas características é de cor mais escura”, explicou ainda AdCL.
A ETAR e respetivo encaminhamento de efluente tratado voltou a funcionar “normalmente” pelas 16:00 de quinta-feira.
A Junta de Freguesia de Cacia ficou a par da descarga de emergência quando começou a receber ‘alertas’ de cidadãos, tendo solicitado logo esclarecimentos à AdCL.
Confirmado o lançamento de efluentes, a autarquia fez seguir uma informação para a autoridade de saúde, não só a dar conta da ocorrência como a questionar se existiria perigo para a saúde pública de quem usufrui do rio, nomeadamente atletas das coletividades náuticas nos seus treinos e agricultores que utilizam as águas para os animais.
O presidente da Junta, Nelson Santos, deu-nos conta, na tarde desta sexta-feira, que não recebera resposta da comunicação enviada à autoridade local de saúde.
“A conduta já está fechada, o problema é a poluição de efluentes urbanos e industriais que ficou no rio, deixando-o avermelhado e com cheiro a enxofre. Por precaução, alertámos os atletas para não irem à água. Não sabemos se estava imprópria”, referiu o autarca, dando conta que não tem acontecido incidentes do género.
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