Aveiro: Bloco leva proposta sobre residências universitárias à Assembleia Municipal

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Assembleia Municipal de Aveiro.
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O Bloco de Esquerda quer a Assembleia Municipal a discutir e a deliberar sobre o problema do aumento dos custos do alojamento estudantil em Aveiro e apresentou a moção “Por medidas excecionais para responder à emergência de falta de residências universitárias em Aveiro”.

Na moção, a ser enviada ao governo, o Bloco de Esquerda quer a Câmara Municipal de Aveiro a “defender junto do Governo a construção de mais residências universitárias para a densificação da oferta pública de qualidade e a preços controlados a estudantes da Universidade de Aveiro” e a “defender junto do Governo medidas de emergência para responder no curto prazo ao abandono estudantil devido ao preço da habitação, mobilizando edificado público que possa ser utilizado, rapidamente reconvertido, para residências ou ainda protocolando ou requisitando camas ao sector turístico para responder a esta emergência”.

O Bloco nota que “a Universidade tem cerca de 18.000 estudantes, em que mais de metade está deslocada. Nos últimos 5 anos, o preço de um quarto quase duplicou em Aveiro, situando-se agora entre os 320 e os 350 euros mensais. Segundo a Associação Académica, vários estudantes vêm-se ainda a ser mais penalizados já que muitos senhorios não passam recibo pelos quartos arrendados” e que “atualmente a Universidade de Aveiro tem 17 residências com mais 800 camas, mas só 170 estão disponíveis para o início deste ano letivo. Estão em curso os procedimentos para a construção de mais 5 residências da Universidade num total de 320 novas camas, num investimento público de 12,5 milhões de euros. De salutar, mas ainda assim insuficiente até porque as residências atuais foram remodeladas e o número de camas foi reduzido em 170. Além disso, as novas residências só estarão prontas daqui a 2 anos, não tendo, portanto, impacto no imediato.”

O Bloco recorda igualmente que “da parte da Câmara Municipal de Aveiro existe a recusa de políticas públicas para residências universitárias. Na realidade, até se tem verificado uma política de sentido contrário com a venda de terrenos públicos integrados no campus para a construção de residências universitárias privadas. Da experiência de outras cidades portuguesas pode-se concluir que as residências privadas não trazem concorrência para fazer baixar os preços, mas sim apresentam preços mais elevados que os anteriormente existentes”.

Assim, o grupo municipal do Bloco de Esquerda considera que estamos perante uma “emergência com impacto profundo na vida de vários estudantes, em particular dos que provêm de famílias com menores rendimentos. Exige-se assim medidas excecionais de resposta urgente ao mesmo tempo que se preparam e implementam as medidas estruturais para resolver o problema, para além da necessária intervenção estatal no problema habitacional” e que “o ensino que devia ser um fator de igualdade está a ver esse desígnio ameaçado. A situação é agravada porque o governo se recusa a intervir decisivamente no mercado habitacional, contribuindo assim para a aceleração dos preços”.

Bloco de Esquerda de Aveiro

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