O Bloco de Esquerda contesta a escolha da Câmara Municipal para o projeto vencedor do concurso de ideias para os terrenos da lota.
Ao contrário do que Ribau Esteves vinha dizendo, em resposta ao Bloco de Esquerda, a área de construção prevista está bastante acima do que uma zona sensível como a lota deve acomodar. Aveiro não precisa de vários caixotes de betão que visam apenas potenciar as mais-valias urbanísticas a originar a partir da exploração daquele terreno público. Aveiro não precisa de mais uma área de habitação a preços de luxo que puxará para cima todos os preços na região.
O Bloco de Esquerda não se fica pela crítica ligeira ao processo para a escolha do projeto. Certamente que essa matéria é criticável e discordamos do processo, mas o problema principal é a substância da escolha: um modelo de cidade hostil ao usufruto comum e com poucas áreas de parque urbano. O Bloco de Esquerda considera ainda que, qualquer habitação a ser construída naqueles – ou em quaisquer terrenos públicos – deve ser habitação pública inserida no arrendamento a custos controlados para que quem aufere um salário médio possa encontrar habitação compatível com os seus rendimentos. O mercado imobiliário está sobreaquecido e, quer por parte da autarquia ou do governo central, a prática tem sido a de vender terrenos e habitações públicas, reduzindo a capacidade do Estado intervir no mercado e garantir o arrefecimento dos preços.
Na próxima sessão da Assembleia Municipal, o Bloco de Esquerda vai abrir o debate sobre o futuro dos terrenos da lota agendando uma proposta para garantia a primazia do interesse público, urbanismo com espaço público abundante e adequado a uma área de sensível e de risco como aquela e a obrigatoriedade dos terrenos públicos servirem para habitação pública para arrendamento a custos controlados.
Bloco de Esquerda
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