O Bloco de Esquerda acredita que a Câmara de Aveiro poderá não será obrigada a indemnizar o consórcio a quem foi entregue o chamado ‘projeto do Rossio’, desde logo porque “há formas de renegociação para fazer uma obra diferente”.
No entanto, caso tal venha a ser imposto, nomeadamente pela via judicial, um futuro elenco municipal sem a atual coligação em maioria deveria procurar chegar a acordo para pagar um valor que permita ‘travar’ a instalação do parque subterrâneo de estacionamento já concessionado, na expetativa de ser muito inferior aos custos que a construção implicaria.
Essa é a posição assumida por Nelson Peralta, cabeça de lista dos bloquistas nas próximas eleições autárquicas, ao ser confrontado com as cautelas manifestadas, novamente, pelo candidato da coligação ‘Viva Aveiro’ PS-PAN, Manuel Oliveira de Sousa, numa fase em que o presidente da autarquia, Ribau Esteves, tem dito que a construção da nova praça ajardinada é “irreversível” e autorizou, inclusivamente, o início dos primeiros trabalhos ‘no terreno’, sem atender os apelos ouvidos nos últimos meses para fazer um compasso de espera pelo novo mandato.
O vereador socialista criticou os “palpites irresponsáveis” vindos do seu concorrente à esquerda na disputa autárquica nesta polémica agora instalada em fase de campanha eleitoral.
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“Pode não ser necessário pagar uma indemnização, uma vez que praticamente não foi realizado qualquer trabalho, comparando com o custo enorme previsto, de 12 milhões de euros. Achamos que as empresas não têm esse direito. Se o tribunal não aceitar isso, o pagamento será de um valor muito mais pequeno”, disse Nelson Peralta ao explicar o seu ponto de vista, sem admitir outro cenário, caso tivesse “mandato popular” para decidir, do que “anular” o estacionamento subterrâneo, “em coerência” com as posições assumidas ao longo deste processo.
Apesar da intenção declarada de fragilizar o PS, interpretando as palavras de Manuel Oliveira de Sousa -primeiro ditas em entrevista ao NotíciasdeAveiro.pt e depois repetidas no debate autárquico do Jornal de Notícias -, como abrindo a porta a manter a polémica cave no projeto de requalificação da ‘sala de visitas’ da cidade, Nelson Peralta não deixou de ‘apontar’ a “máxima responsabilidade” a Ribau Esteves por permitir o arranque dos trabalhos na ponta final do mandato “sem que o projeto seja, mais uma vez, sufragado”.
Nelson Peralta decidiu, assim, avançar desde já com o debate público de uma proposta a defender num próximo executivo a sair das eleições em que possa ter presença como eleito.
Já Manuel Oliveira de Sousa, pela coligação ‘Viva Aveiro’, num esclarecimento ao final do dia, “reiterou” a posição assumida, considerando que o processo do Rossio não pode ser gerido com “palpites irresponsáveis”.
1) Queremos a requalificação do jardim verde urbano;
2) Somos contra, como sempre fomos, o estacionamento subterrâneo e um deserto à superfície;
3) Somos uma coligação (Viva Aveiro) de governação, pelo que não nos limitamos a gerir sob palpites irresponsáveis como faz quem sabe que não será poder;
4) Seremos obrigados a gerir o estado da situação do ‘buraco do Rossio’, triste legado desta governação autárquica que agora termina, investimento fortemente contestado pelos aveirenses, feito à revelia da sua vontade e com um custo exorbitante para Aveiro.
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