Aveiro: Avenida com nova roupagem

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Avenida Lourenço Peixinho, Aveiro (Foto de Carlos Naia).

Enquanto não desmantelam tão aviltantes paredes em ruínas há anos, ao menos obriguem os proprietários a mandar colocar uns tapumes.

Por Carlos Naia *

Os autarcas que nos governam poderão ficar tranquilos que não iremos bater no ceguinho. Prometo. Não iremos , neste apontamento, abordar o projeto “imaculado” de transformação em curso da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, cujas controversas obras, ao ritmo pachorrento que decorrem estarão para durar muito mais tempo que o previsto. Iremos aguardar se assim será ou não. Entretanto, começam a chover na praça pública comentários nada abonatórios para o Município.

O que pretendemos enaltecer, hoje e agora, é o louvável esforço financeiro de uns quantos proprietários que resolveram em boa hora introduzir melhorias nas fachadas dos seus imóveis. Mas, perante tanta degradação, sobretudo do meio da Avenida para nascente, haverá muito ainda a necessitar de obras de restauro e pintura e muitas centenas de milhões de euros a investir.

Vem está croniqueta a propósito do que nesta manhã de sábado observámos : uma máquina a destruir dois dos prédios mais deprimentes e em ruínas na principal artéria da cidade, em cujo espaço irão ser erguidos, ao que nos informaram no local, novos edifícios. O que se saúda e oxalá que tantos outros imóveis em ruína tenham o mesmo desfecho – e muitos são.

E, neste contexto, englobamos, as vergonhosas e esventradas ruínas da antiga Pensão Barros, defronte do edifício da estação do caminho de ferro, em fase final de recuperação. Mas, enquanto não desmantelam tão aviltantes paredes em ruínas há anos, ao menos obriguem os proprietários a mandar colocar uns tapumes. Ou será muito ousada tal sugestão ? … Valha-nos Santo Ambrósio.

Aquelas ruínas da antiga pensão são um nojo para a cidade e para quem à saída da estação dá de caras com tal “obra de arte”. De fazer corar de vergonha os responsáveis, se é que ainda alguém a possa ter.

Prédio na esquina da Rua Almirante Cândido dos Reis com a Rua João de Moura (junto ao terreno da antiga Pensão Barros).

Aveiro não merecia tanta desfaçatez e incúria . E que dizer daquele monstro cinzento e inacabado no confinamento da Avenida com a Rua Engenheiro Oudinot ? A quem assacar responsabilidades ? Aos aveirenses certamente que não…

Ficamo-nos por aqui. Não valerá a pena bater mais no “ceguinho”, mas como diz o povo, mais cego que um cego é todo aquele que … não quer ver tamanhas evidências de desleixo ! Ou estaremos a ser injustos nos comentários ? Acho que bem que não

* Jornalista.

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