Aveiro / Assembleia Municipal: PCP e PS questionam balanço de 10 anos de presidência da Câmara

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Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro (ao centro).

O balanço que Ribau Esteves tem divulgado, nas mais diversas áreas da gestão camarária, para assinalar a passagem dos 10 anos do início da sua presidência na autarquia de Aveiro, não deixou de motivar comentários na última reunião da Assembleia Municipal vindos das bancadas do PCP e do PS.

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Nuno Filipe Teixeira, eleito do PCP, estranhou a inclusão de tal referência na comunicação sobre a atividade municipal, que é relativa ao período entre 7 de novembro e 29 de janeiro. “Em jeito de ponto prévio: da leitura do documento, pelos conteúdos selecionados, recuo de tempo e tom, ficámos com a impressão que, senhor presidente, estava a fazer uma despedida, será isso ?. O senhor presidente depois esclarece…” referiu o comunista dirigindo-se a Ribau Esteves.

Ainda sobre o ponto 1 da comunicação, intitulado “10 anos de Ribau Esteves e de Aliança com Aveiro na gestão da Câmara Municipal de Aveiro”, pronunciou-se Pedro Pires da Rosa, do PS. “Enfim, constar num documento oficial do município uma designação política, pode ser discutível, eu pessoalmente acharia que não faz sentido nenhum. Se a Aliança com Aveiro quiser fazer uma conferência de imprensa do trabalho feito, com os partidos, faz. No documento do município, não me parece bem”, criticou o deputado ‘rosa’.

“Se o presidente da Câmara quer colocar no documento do município e dizer este executivo em 10 anos fez isto e fez aqui, pois tem toda a legitimidade, é uma questão de semântica”, ressalvou. Já ao usar a designação ‘Ribau Esteves e Aliança com Aveiro’, Pedro Pires da Rosa diz que o edil “acaba por dizer um pouco do que tem sido a governança da autarquia”.

“O presidente fez uma grande arenga durante esta Assembleia, dizendo o estado calamitoso em que o PS deixou a Câmara, mas falou do passivo só, não do ativo. E o PS deixou ativo no início dos seus mandatos, que aproveitou, e bem, e que a cidade aproveita e bem”, recordou o deputado dando exemplos como a reconstrução dos muros dos canais ou o lago da fonte nova. Obras que a Assembleia Municipal aprovou “e com grande probabilidade, na maior parte das vezes” com voto favorável do PSD, “até o estádio na Assembleia Municipal foi por unanimidade”, referiu Pedro Pires da Rosa, lembrando que seguiram-se oito anos de gestão PSD-CDS (presidência de Élio Maia), “em que não houve nem construção de ativo nem resolução de passivo”.

A rematar a intervenção, o vogal socialista mostrou algum receio com o esforço que está a ser pedido à tesouraria municipal, puxando pela memória da última fase da gestão municipal de maioria PS. “O senhor presidente tem gerido a Câmara com a ideia que está a fazer tudo bem. É evidente que faz algumas coisas bem. Mas deixe-lhe dizer uma coisa: o dr. Alberto Souto teve, de alguma maneira, um trajeto que espero que não imite, que é na parte final as finanças começaram a derrapar. Vamos ver se isso não acontece com v. Exa”, alertou.

Discurso direto

“Antigamente era eleitoralismo, agora é despedida (…). Nunca fiz discurso de despedida, nem participarei em manifestações ou artigos contra os meus antecessores. Não tive isso do meu antecessor socialista, que muitas vezes me desrespeitou. Incomodam-se por pormos ’10 anos de Ribau Esteves e de Aliança com Aveiro’, porque outros não conseguiram, saíram despedidos pelo povo” – Ribau Esteves, presidente da Câmara (ver declarações completas em vídeo).

Vídeo

Assembleia Municipal de Aveiro ordinária de fevereiro

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