Aveiro assinala o Dia Mundial da Arte Nova a 10 de junho, evento que NotíciasdeAveiro.pt antecipa com o primeiro de dois roteiros pelo edificado da cidade mais emblemático desta corrente artística que teve influência na arquitetura.
Por Cardoso Ferreira *
A proposta de visita começa na zona da Vera Cruz completando-se com os exemplares localizados na Glória. Um percurso para dar a conhecer a riqueza desse estilo arquitetónico, decorativo e cultural que marcou a cidade de Aveiro nas primeiras décadas do século XX e os exemplares que resistiram ao passar do tempo, alguns dos quais com intervenções de salvaguarda importantes. outros a aguardar restauro urgente.
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O ponto de partida é o Museu Arte Nova, imóvel também conhecido por Edifício Mário Belmonte Pessoa. Este imóvel, tanto no exterior como no interior, apresenta diversificados pormenores decorativos “Arte Nova”, como azulejos, mosaicos, cantarias e metais trabalhados. Por esse motivo, o edifício foi escolhido para ser a sede do Museu Arte Nova.
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Na Rua Barbosa de Magalhães, após a visita a este histórico edifício, viramos à esquerda, seguindo para a Rua João Mendonça. Nesta pequena artéria, situada defronte ao Canal Central e aos típicos barcos moliceiros aí atracados, erguem-se três bons exemplares “Arte Nova”, conhecidos por: “Casa dos Ovos Moles”, Museu da Cidade e Antiga Cooperativa Agrícola. Todos eles apresentam as fachadas principais exuberantemente decoradas, especialmente devido às serralharias, cantarias e azulejarias.
No final da rua, viramos novamente à esquerda, para a pequena Praça Melo Freitas, junto aos “Arcos”. Na área central do largo, ergue-se o Monumento à Liberdade, um obelisco, em forma de coluna em pedra, com relevos decorativos.
Ainda nessa praça, do lado esquerdo, situa-se o edifício conhecido por “Farmácia Ala”, com pormenores de azulejaria e de cantaria, e com parte da mansarda revestida a xisto, uma raridade em terras de Aveiro.
Cerca de uma centena de metros mais adiante, na Praça 14 de Julho, viramos outra vez para a esquerda, avançando pela Rua Tenente Resende. Sensivelmente a meio desta via que acolhe várias esplanadas, do lado direito encontramos o artístico imóvel “Pensão Ferro”, onde o destaque vai para as cantarias.
Pouco depois, entramos na Praça do Peixe, famosa pela intensa vida noturna. No final do largo, do largo esquerdo, deparamos com a entrada para o pátio traseiro do edifício do Museu Arte Nova.
Após percorrermos a curta Travessa do Rossio, chegamos ao Largo do Rossio, onde nos surge, do lado direito, a “Casa do Rossio”, construído na fase final do período “Arte Nova” aveirense.
Cortamos na primeira rua que nos aparece do lado direito, em direção ao canal dos Mercantéis, ou dos Botirões, nas traseiras do Mercado José Estevão, também conhecido por Mercado do Peixe, área de abundantes esplanadas e estabelecimentos de restauração, os quais se estendem pelas duas margens do canal. Aqui, o roteiro prossegue pelo Cais dos Botirões, em direção à ponte pedonal do “Laço” e ao Canal de S. Roque. No troço final, curvamos para a direita, para entrarmos na Travessa de S. Gonçalinho. Ainda na curva, damos de frente com o “Edifício do Cais”.
A viagem prossegue por aquela Travessa até ao adro da capela de S. Gonçalinho. Junto ao templo, viramos à esquerda, e entramos na Rua Antónia Rodrigues. Volvidas algumas dezenas de metros, à nossa esquerda surge a degradada fachada do “Edifício dos Lírios”, famoso pelos painéis que ostentam flores desse género.
Continuamos por essa estreita via do tradicional Bairro da Beira Mar até encontrarmos, do lado direito, a Rua D. Jorge de Lencastre, a qual percorremos até ao seu final, no Largo de Nossa Senhora da Apresentação, cuja igreja aparece do lado esquerdo.
Aqui chegados, o itinerário segue em frente, pela Rua Manuel Firmino. Percorridos pouco mais de cem metros, do lado esquerdo ergue-se um moderno edifício, no qual se preservou a fachada da “Casa das Quatro Estações”, onde se destacam os painéis de azulejos alusivos às quatro estações do ano.
Após o cruzamento, a rota prossegue pelo mesmo eixo viário, primeiro pela Rua do Gravito, e depois pela Rua do Carmo. Nesta via, do lado direito, entre um imóvel brasonado setecentista e a Igreja do Carmo, deparamos com a “Residência de Francisco Silva Rocha”, o arquiteto que projetou grande número dos edifícios “Arte Nova” por onde passámos. Quase em frente, do lado oposto da rua, fica o “Edifício Pompeu de Figueiredo”.
Prosseguimos pelo mesmo eixo viário, até ao início do quartel da GNR, que nos aparece do lado esquerdo. Neste ponto, entramos pela rua que nos surge pela direita, com o objetivo de ver o Bar “Arte Nova” do Hotel “As Américas”.
Depois de apreciarmos a artística fachada dessa antiga moradia, regressamos ao eixo viário formado pelas ruas do Carmo e de Sá, virando para a direita. No final do quartel, surge-nos, do mesmo lado, o edifício do Centro Comunitário da Vera Cruz.
Regressamos até à portaria nobre do referido quartel, onde viramos à esquerda, para seguirmos pela Rua Almirante Cândido dos Reis. Já muito próximo do Largo da Estação, encontramos, do lado direito, o “Edifício Francisco Rebelo dos Santos”, com nítidos sinais de degradação.
No Largo da Estação, viramos à direita, para percorrermos toda a Avenida Dr. Lourenço Peixinho, até às “Pontes”, ou Praça General Humberto Delgado. Aqui, literalmente sobre a ria, está o mais emblemático e fotografado edifício “Arte Nova” de Aveiro: o edifício da antiga Capitania, atual sede da Assembleia Municipal de Aveiro.
Ao longo desta avenida, principalmente do lado esquerdo, surgem alguns pormenores “Arte Nova” inseridos em edifícios, como acontece na “Vivenda Lígia” e no edifício “Severim Duarte”.
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