Aveiro / À descoberta da Arte Nova: O Percurso da Glória

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Coreto, parque Infante D. Pedro, Aveiro.
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Aveiro assinala o Dia Mundial da Arte Nova, pretexto para NotíciasdeAveiro.pt publicar o segundo de dois roteiros pelo edificado da cidade mais emblemático desta corrente artística que teve influência na arquitetura.

Por Cardoso Ferreira *

Depois de conhecermos os mais emblemáticos edifícios de estilo “Arte Nova” existentes no território da Vera Cruz, é altura de cruzar o Canal Central, e visitar o que há de mais significativo daquele estilo arquitetónico na parte da cidade de Aveiro situada a sul da ria.

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O local de partida para este roteiro é precisamente a “Ponte Praça” (Praça General Humberto Delgado), frente ao edifício da antiga Capitania, onde terminou o roteiro pela zona norte da cidade. Nesta praça, na esquina com a Rua de Coimbra (antiga Costeira), ergue-se o imóvel onde, em tempos, esteve sedeada a Sapataria Miguéis, com exuberante decoração em cantaria, sobretudo ao nível do piso térreo.

O itinerário prossegue pela Rua Clube dos Galitos, junto ao Canal Central, o que permite obter uma boa panorâmica do conjunto “Arte Nova”, localizado na margem oposta da ria, bem como os barcos moliceiros atracados no canal.

Sensivelmente a meio dessa rua, do lado esquerdo surge a Rua José Rabumba, com o monumento a esse “lobo do mar” no passeio central dessa artéria, pela qual segue o roteiro. Percorridos poucos metros, do lado direito aparece o edifício Florentino Vicente Ferreira, com a fachada revestida a azulejo de padrão de tom esverdeado. Um pouco mais adiante, e também do mesmo lado, ergue-se a residência que pertenceu ao Dr. Lourenço Peixinho, e que serviu de sede à Fundação João Jacinto de Magalhães (Universidade de Aveiro), em cuja fachada se destacam os azulejos de padrão, as serralharias rendilhadas e as cantarias em granito.

No final do pequeno largo, a viagem continua pela Rua Homem Cristo Filho, a qual se sobe até à travessa na esquina do edifício do antigo Governo Civil. Aí, vira-se à esquerda e, logo de imediato, à direita, seguindo pela Rua Capitão Sousa Pizarro, entre o edifício governamental e a Praça Marquês de Pombal. Alguns metros volvidos, integrado num moderno edifício situado do lado direito, encontra-se a artística frontaria de uma antiga Garagem, que ostenta artísticas cantarias.

No final da rua, vira-se à direita, para descer toda a Avenida Artur Ravara, passando entre o Jardim da Baixa de Santo António (direita) e o Parque Infante D. Pedro (esquerda). No final dos parques, ao chegar à rotunda do Hospital, do lado esquerdo, e por detrás de um muro, eleva-se o edifício do antigo Hospital de Aveiro, imóvel que continua funcional na atual estrutura hospitalar. Também aqui o realce vai para os relevos da fachada.

Do Parque ao Cemitério, passando pelas “5 Bicas”

Visto o edifício do antigo hospital, o caminhante sobe parte da Avenida Artur Ravara até passar sob a ponte pedonal metálica. Após esta, o percurso segue para a direita, entrando no Parque Infante D. Pedro. Junto ao lago, vira-se à esquerda, em direção à escadaria que conduz à pérgula-varanda que se avista na parte superior do parque.

Antes de subir a escadaria dupla, convém dar uma olhada aos quatro grandes painéis de azulejos, dois de cada lado da gruta artificial existente sob a escadaria. Na parte alta do parque, a paragem seguinte é o coreto, situado na área central do jardim, para se apreciar esse monumento com artísticos trabalhos de serralharia. Nesse jardim, o itinerário prossegue em direção ao conjunto monumental formado pelas igrejas geminadas de Santo António e de S. Francisco, junto ao qual se vira à esquerda, para a Avenida Araújo e Silva, onde se vira à direita. Percorridos poucas dezenas de metros, surge, à direita, o edifício da Casa Amarela, imóvel neste momento em obras de renovação.

Regressando às traseiras dos dois referidos templos, o viajante avança pela Rua Castro Matoso, que se apresenta pelo lado direito. Percorrida essa artéria, chega-se ao Largo Camões, mais conhecido por “Cinco Bicas”, local onde se ergue um artístico fontenário com… quatro bicas. Apesar deste fontenário apresentar a data “1880”, anterior à chegada do estilo “Arte Nova” a Portugal, o mesmo é apontado por vários críticos de arte como sendo a primeira manifestação “Arte Nova” em Aveiro. Aqui, o trajeto segue para a direita, pela Rua Eça de Queirós. Sensivelmente a meio desta via, eleva-se, do lado direito, o edifício amarelo que acolhe o Tribunal de Menores. Se as cantarias em granito trabalhado despertam a atenção no exterior da fachada principal, no interior são os artísticos tetos em estuque.

No final da rua, no local onde esta entronca na Avenida Santa Joana, encontram-se os edifícios da antiga Sapataria Leitão e da “Testa e Amadores”, o primeiro, na esquina direita, e o segundo na esquina oposta. Em ambos, os destaques vão para os azulejos e para as cantarias.

Chegado à Avenida Santa Joana, o caminhante segue em direção à Igreja de S. Domingos, atual Sé da Diocese de Aveiro, passando em frente à longa fachada do Museu de Aveiro – Santa Joana.

Junto à Sé, o percurso curva à esquerda, avançando pela Rua Batalhão de Caçadores Dez, ladeando o edifício do antigo Mosteiro de Jesus (atual Museu de Aveiro). Ao chegar ao Fórum Aveiro, vira-se para a pequena rua que aparece pela direita, no final da qual se abre a entrada do cemitério, o último destino deste roteiro.

Dos vários templos funerários aí existentes, pelo menos três apresentam fachadas com decorações “Arte Nova”. Estes são as capelas-jazigos das famílias: Barbosa de Magalhães, Morais Machado e Domingos José Santos Leite.

De regresso à Rua Batalhão de Caçadores Dez, vira-se à direita, para se descer o pequeno troço dessa artéria que conduz à Ponte Praça, local de início deste roteiro.

*https://www.facebook.com/manuel.cardosoferreira.5

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