“A dívida” camarária em Aveiro, reduzida no final de 2018 para cerca de 100 milhões de euros, “é alta, mas está estruturada” e existem condições para “ir reduzindo”.
Garantia dada pelo presidente da autarquia na discussão do relatório e contas do ano passado na Assembleia Municipal, esta sexta-feira à noite.
O balanço da coligação “não tem nenhuma nota negativa, é muito bom”, sublinhou Ribau Esteves, destacando “a importância” da situação financeira atual para a Câmara e município, a vários níveis, como a atração de investimento, o que acontece “só com boas contas”.
“A notícia das contas é a transição de uma fase longa demais de más contas para uma fase longa de boas contas, enquanto aqui estiver, e espero que jamais regresse ao que acontecia”, disse, comprometendo-se em 2019 “com mais intensidade na recuperação financeira, no crescimento do investimento e o mesmo ganho de credibilidade”.
O relatório de gestão e contas seria aprovado por maioria, com os votos contra da oposição e as abstenções do eleito do PAN e do presidente de Junta de Eixo – Eirol.
Filipe Guerra, do PCP, considerou a diminuição “muito sensível de 8,5 milhões de euros” a empurrar dívida para longo prazo, mantendo-se “acima dos 100 milhões de euros” e com uma execução que não apenas se mantém baixa como diminuiu. Notou, ainda, o envelhecimento do quadro de funcionários, especialmente nos homens.
Já Rita Batista, do BE, deu exemplos diversos, como carências na habitação e transportes que ficaram por satisfazer com baixas taxas de execução, apesar do recorde de impostos cobrados localmente, criticando a realização de “investimento em detrimento de respostas sociais”.
Francisco Picado, da bancada ‘rosa’, retomou “o elevado saldo transitado” das contas, na ordem dos 50 milhões de euros. “Percebemos de onde vem, nomeadamente em termos de impostos. A opção do PS em investir seria diferente”, disse, questionando o rumo que a Câmara está a dar à gestão.
À direita, Jorge Greno, pelo CDS, realçou os resultados operacionais positivos de 15 milhões de euros e a dívida reduzida em 8 milhões de euros.
Fernandes Thomaz, do PSD, elogiou o “reequilíbrio financeiro”, considerando que o “grosso” das receitas tem a ver com o crescimento económico a que o município assiste, com impacto positivo elevado nos impostos IMT e derrama. Já nos indiretos, aludiu às receitas ‘em alta’ no loteamento de obras.
Discurso direto
“Batemos todos os recordes em habitação social , com um brutal investimento de qualificação de fogos. Guardámos dinheiro à espera do visto do Tribunal de Contas para as obras do edifício Fernando Távora e da antiga estação que agora estão a ser executadas. Vamos ter em 2020 muito mais execução. Vamos aumentar na cultura, brutalmente na educação, com mais seis qualificações. É a execução de uma estratégia clara com consequências práticas” – Ribau Esteves.
(em atualização)
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