O desfile seguido de comício comemorativo do 1º de Maio organizado na cidade de Aveiro pela União de Sindicatos de Aveiro (USA), afecta à CGTP, culminou com a aprovação por parte dos presentes de uma resolução com o “compromisso de intensificar a luta” para enfrentar o “momento de agravamento da situação dos trabalhadores e reformados por via do brutal aumento do custo vida”.
As reivindicações apresentada incluem “medidas excecionais e imediatas” do Governo como o aumento dos salários de todos os trabalhadores em 90€ em 2022, “aumentos extraordinários de todos os salários cuja revisão/actualização tenha sido absorvida pela inflação”, aumento extraordinário do salário mínimo nacional para 800€ com efeitos a 1 de Julho de 2022 e aumento extraordinário de todas as pensões e reformas “que reponha o poder de compra, num mínimo de 20€”.
Segundo a USA, “mais de um milhar de trabalhadores vindos de todo o Distrito” tomaram parte na manifestação do Dia Internacional do Trabalhador.
Discurso direto
“No nosso país, à boleia da pandemia e das sanções, está em marcha uma operação que visa acentuar a exploração.
Não esquecemos e lembramos a denuncia que há dois anos fazemos. Houve quem se aproveitasse da pandemia para engordar lucros, enquanto os trabalhadores viam os seus rendimentos reduzidos.
Os que tentavam anestesiar os trabalhadores com as ladainhas do “estamos todos no mesmo barco”, lucraram no ano passado milhares de milhões de euros, distribuíram dividendos que em parte são transferidos para paraísos fiscais ou usam outros mecanismos para não serem tributados, acumularam mais riqueza e receberam apoios do Governo, ao mesmo tempo que aumentou a pobreza.
Apoios que faltam às famílias, às micro, pequenas e médias empresas, não faltaram aos grandes grupos económicos.
Opções do governo que se agravam no contexto das sanções e da condenável guerra na Ucrânia.
Opções presentes numa proposta de Orçamento do Estado que passa ao lado das dificuldades dos trabalhadores, das soluções aos nossos problemas, das medidas necessárias para o país avançar e se desenvolver de norte a sul, do litoral ao interior, na Região Autónoma da Madeira e dos Açores.
O custo de vida aumenta, aumentam os preços dos combustíveis, da habitação, da comida, do vestuário, do gás e da electricidade, aumenta tudo aquilo que necessitamos para viver e o governo não age para travar os que especulam e ainda quer ir ao bolso de quem trabalha, usando a inflação para desvalorizar ainda mais os salários. (…) Se o governo está preocupado com o aumento dos preços, porque se recusa a impor medidas que conduzam à fixação de preços máximos nos combustíveis e onde impera a especulação?” – Isabel Tavares, Comissão Executiva da União de Sindicatos de Aveiro (excerto da intervenção comemorativa do 1º de Maio em Aveiro).
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